No Maturifest os participantes tinham um interesse em comum: a preocupação com uma vida longeva de maior qualidade pelas vias do trabalho e outras dimensões.
Por Cíntia Liesenberg (*)
Entre 23 e 25 de agosto, aconteceu o MaturiFest 2023, evento voltado para o mercado de trabalho e empreendedorismo 50+, que está em sua 6ª. edição. Durante sua realização os participantes puderam acompanhar palestras e oficinas sobre temas diversos, tais como: futuro do trabalho, reinvenção profissional, transformação de carreira, trabalho autônomo, utilização de ferramentas digitais como instrumento mercadológico, segurança de dados em ambiente digital, entre outros assuntos de relevância para quem busca novos caminhos profissionais, seja de maneira autônoma ou em organizações já estabelecidas.
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Em sua ampla gama de convidados, permitiu àqueles que o acompanharam, conhecer mais sobre o vasto universo das iniciativas voltadas para o público sênior e questões inerentes à longevidade humana, tratando de temáticas atuais relacionadas às tecnologias de comunicação e informação, saúde física e mental, competências e habilidades para o trabalho, equidade e inclusão e formação de redes de contatos (networking).
Socialização de estudos e compartilhamento de experiências em diversidade etária e inclusão 50+ também foram pontos de destaque entre sua vasta programação, da qual tive oportunidade de participar presencialmente no dia 25.
Por tal presença, fui convidada a escrever sobre o MaturiFest para o Portal. Embora tendo acompanhado apenas parte do evento, aceitei o convite de pronto, pensando se deveria mesmo fazê-lo em função da curta participação. Mas o fato é que o MaturiFest entrega mais do que promete e permite relato pelo acompanhamento em tempo real, mas também futuro. Para além dos dias do evento, sua programação pode ser acessada posteriormente pelo youtube. São palestras riquíssimas, com pessoas que valem muito ser ouvidas, abordando uma gama ainda maior de questões envolvendo o universo do envelhecimento e da longevidade, além daquelas que já mencionamos.
Há ainda a disponibilização de um aplicativo específico para o evento, que além de informações sobre a programação, permite o contato entre os participantes, em formato de rede social digital, entre outras funções que oferece. Essa iniciativa chamou muita minha atenção, pois possibilita a repercussão e desdobramento do MaturiFest para a vida das pessoas muito além do que os dias de sua realização. Por tal ferramenta podemos conhecer melhor os perfis dos palestrantes, entrar em contato com outras pessoas interessadas no tema, socializar informações, dicas de livros, de serviços e de outros eventos. Enfim, um instrumento de contato entre um grupo de pessoas que, mesmo que a princípio não se conheçam, compartilham de antemão de um interesse em comum: a preocupação com uma vida longeva de maior qualidade pelas vias do trabalho e outras dimensões.
Esse investimento no ambiente virtual engrandece e perpetua o evento, no entanto, a participação presencial é aquela que evoca em maior intensidade a dimensão do afeto: nas oficinas, o contato com os colegas, com os ministrantes, as falas de corredor, a troca de dicas nas filas esperando a próxima atividade, o encontro com um amigo ou o trocar de uma palavra com um palestrante que se admira são de uma ordem especial. Ver de perto pessoas de destaque na área, olhar para um auditório com cabeças de todas as cores, tudo isso confere a sensação de pertença: de tomada de parte em um movimento muito importante no caminho da necessária valorização da população idosa, em um mundo centrado no valor da juventude.
Por isso, a escolha dos organizadores pelo formato híbrido se apresentou como um acerto efetivo. Particularmente para uma pessoa como eu, que orbita entre os papeis de filha e irmã cuidadora, pesquisadora do envelhecimento, profissional e docente da área da Comunicação e de Relações Públicas, que vê nos eventos uma ferramenta estratégica para a promoção de causas e relacionamentos, foi realmente enriquecedor poder acompanhar o MaturiFest.
No plano das metáforas posso afirmar que saí de lá com a sensação de que ainda há muito a se fazer, muito mesmo, mas as sementes estão sendo plantadas e alguns frutos já podem ser colhidos.
E que venha o Longevidade Expo-Fórum. Mais um evento que promete!
(*) Cíntia Liesenberg. Comunicadora e Relações Públicas. Doutora e mestra em Ciências da Comunicação. Professora da Escola de Linguagem e Comunicação da PUC-Campinas e Integrante do MidiAto – Grupo de Estudos Linguagem: Práticas Midiáticas. Contemplada com o Edital Acadêmico de Pesquisa: Envelhecer com Futuro, promovido pelo Itaú Viver Mais e Portal do Envelhecimento, nas edições 2021 e 2022, com pesquisas sobre apropriação digital por idosos e diversidade etária nas organizações, esta última desenvolvida em parceria com equipe coordenada pela Profa. Anelise Crippa (PUC-RS e IPA).
Foto: divulgação Grupo Trabalho60+