Turma da Mônica e UFSCar unem ciência e afeto em cartilha sobre prevenção de demências

Turma da Mônica e UFSCar unem ciência e afeto em cartilha sobre prevenção de demências

A UFSCar e Instituto Mauricio de Sousa lançam cartilha que traduz descobertas científicas em linguagem acessível, sobre prevenção de demências.


Em um encontro entre ciência, educação e cultura foi lançada a cartilha educativa “EnvelheCiência e Turma da Mônica na prevenção de demências”, reunindo professores, pesquisadores, familiares e interessados em saúde e envelhecimento, com o objetivo comum de promover conhecimento e estratégias para manter a saúde cerebral ao longo da vida.

A cartilha surge como uma resposta a uma necessidade urgente de informar crianças, adolescentes e famílias sobre os riscos de desenvolvimento de demências e oferecer ferramentas para prevenção.

Por meio de ilustrações lúdicas e personagens icônicos como Cebolinha, Mônica, Magali e Milena, a publicação conecta ciência e emoção, traduzindo dados complexos em mensagens acessíveis.

A iniciativa, realizada recentemente, na cidade de São Paulo, é fruto da parceria entre o Laboratório de Biologia do Envelhecimento (LABEN) da UFSCar e o Instituto Mauricio de Sousa, referência nacional em educação e cultura popular. O lançamento ocorrido próximo ao Dia Mundial e Nacional de Conscientização sobre o Alzheimer (21 de setembro), reforça a importância de disseminar conhecimento e combater estigmas associados à doença.

A publicação apresenta 14 fatores de risco modificáveis para prevenção de demências, que podem ser trabalhados desde cedo em contextos familiares e escolares:

grafico com fundo laranja  mostrando 14 fatores de risco para demencia

O lançamento integra as ações do projeto EnvelheCiência, uma iniciativa do LABEN que visa democratizar o conhecimento científico sobre envelhecimento, saúde cerebral e demências. Segundo Giulianna Bueno Denari, responsável pela comunicação científica do LABEN:

“O EnvelheCiência começa como uma ideia de falar sobre envelhecimento de uma forma geral, quase como extensão, depois virou curso e também divulgação científica. O projeto foi crescendo, as ideias foram se somando, até chegarmos hoje à nossa cartilha junto com a Turma da Mônica. É uma celebração muito bonita.”

A escolha da Turma da Mônica como parceira na cartilha não é apenas simbólica. Personagens como Cebolinha, Mônica, Magali e Milena carregam uma força afetiva que atravessa gerações, conectando ciência e emoção. Para Luiz Moraes, diretor de Parcerias e Novos Projetos do Supera, essa união é estratégica:

“Através dessa cartilha, conseguimos propagar a informação sobre prevenção, despertar a sociedade para a temática da demência, colocando o aspecto intergeracional, envolvendo criança, adolescente e adulto. Foi genial esse projeto da Dra. Márcia, que traz a Turma da Mônica, tão presente no imaginário das pessoas no Brasil,  é algo inédito e muda a perspectiva de falarmos de demência e Alzheimer para um público que será o idoso de amanhã: as crianças, os adolescentes e suas famílias.”

A intergeracionalidade, neste contexto, se torna uma ferramenta pedagógica e social. Ao educar crianças e adolescentes sobre saúde cerebral e prevenção de demências, o projeto cria multiplicadores de conhecimento que levam a informação para suas famílias, fortalecendo vínculos, promovendo diálogo e despertando a empatia pela experiência de vida dos idosos.

A coordenadora do LABEN, Márcia Regina Cominetti, ressalta a dimensão afetiva e social da iniciativa:

“Isso tudo começou com um sonho do nosso grupo, que era chegar nas pessoas, falar de demência diretamente com elas. Esse projeto vai permitir que, dentro das famílias, as pessoas conversem mais sobre demência. É isso que a gente está precisando: desmistificar o assunto, para que as pessoas procurem mais o diagnóstico, um cuidado mais apropriado e consigam ter maior qualidade de vida, mesmo no caso de terem alguma demência.”

Mais do que informar, a cartilha propõe um olhar de cuidado coletivo, convidando escolas, famílias e comunidades a refletirem sobre hábitos de vida, relações intergeracionais e prevenção de doenças.

Banner da turma da Monica sobre demência

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Serviços EnvelheCiência

O EnvelheCiência não se limita à produção de materiais informativos. Ele integra um conjunto de ações voltadas à formação de professores, com cursos estruturados para capacitar educadores do ensino básico a abordar, em sala de aula, temas sobre envelhecimento, saúde cerebral e demências.

Conta com colunas mensais de divulgação científica, elaboradas em colaboração com o Instituto de Cultura Científica William Saad Hossne, e outras iniciativas que buscam democratizar o conhecimento científico, tornando-o acessível a todos. A ideia é clara: informação e educação podem ser instrumentos de transformação social, desestigmatizando o envelhecimento e promovendo hábitos saudáveis desde cedo.

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O curso do EnvelheCiência é gratuito, na modalidade autoinstruída, com carga horária de 35 horas, permitindo que professores e qualquer pessoa interessada estudem no próprio ritmo. O conteúdo aborda os principais desafios do envelhecimento populacional, estratégias para promover um envelhecimento ativo e saudável, prevenção e impactos das demências, além de práticas inclusivas e intergeracionais. Ao formar multiplicadores de conhecimento, o projeto pretende transformar não apenas a compreensão do envelhecimento, mas também a cultura social em torno da velhice.

O curso está disponível gratuitamente no Portal de Cursos Abertos (PoCA) da UFSCar. Ao concluir, os participantes recebem certificado oficial da universidade, reconhecendo 35 horas de formação. A iniciativa é coordenada por pesquisadores e docentes do LABEN e do Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar, entre eles Karen Letícia Pulgatti, Giulianna Bueno Denari, Lucas Pelegrini Nogueira de Carvalho, Márcia Regina Cominetti e Lea da Silva Veras.

Em um país que envelhece rapidamente, iniciativas como o EnvelheCiência mostram que envelhecer com saúde é possível e que educação, ciência e cultura podem caminhar juntas para transformar a percepção da sociedade sobre o envelhecer.

(*) Ana Beatriz S. Ferraz, sob orientação de Beltrina Côrte – Jornalista, CEO do Portal do Envelhecimento.


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Ana Beatriz Ferraz
Ana Beatriz S. Ferraz

Ana Beatriz S. Ferraz é bacharelanda em Gerontologia pela Universidade de São Paulo. Atualmente é estagiária no Portal do Envelhecimento e Longeviver. www.linkedin.com/in/ana-beatriz-s-ferraz-a3a7a2132.

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