Para evitar quedas, não basta acrescentar barras de apoio e evitar pisos escorregadios, deve-se mudar de atitude diante do aumento da fragilidade.
A prevenção às quedas de pessoas idosas sempre foi um tema bastante discutido e muitos profissionais apontam soluções efetivamente úteis, mas sempre importa considerar as especificidades de cada sujeito. Barras de apoio no banheiro certamente determinam maior segurança, havendo diversos modelos disponíveis no comércio, embora devam ser colocadas segundo as recomendações da norma NBR 9050, com alturas e posições adequadas.
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Pisos serão escorregadios se houver áreas molhadas ou resíduos gordurosos, portanto a escolha deve considerar o local para o qual se destina. Porém, outras providências devem ser tomadas para que as quedas não se tornem um problema com consequências difíceis de reverter.
A jornalista Giovanna Castro trouxe dados importantes sobre a incidência de quedas no Brasil na matéria intitulada “Quedas de idosos em SP sobem 6,2% no pós-pandemia, publicada no Estadão no dia 04/05. Vejamos:
O Ministério da Saúde diz que esse tipo de acidente é a 3a maior causa de mortalidade entre pessoas com mais de 65 anos no Brasil – por sangramento, agravamento de condição preexistente ou má recuperação pós-cirurgia – e 70% deles acontecem dentro de casa.Aproximadamente 30% das pessoas nessa faixa etária caem ao menos uma vez por ano e 25% dos casos necessitam hospitalização.
Além das consequências diretas, tais como fraturas e luxações, também pode haver a demora da recuperação e a obrigatoriedade do repouso, diminuindo a atividade física e restringindo os movimentos da livre mobilidade. Desse modo, a saúde mental pode igualmente ser abalada, resultando em maior dependência e até depressão.
O equilíbrio diminui devido à alteração da composição corporal causada pela perda muscular, natural da velhice, e a pessoa idosa tende a arrastar os pés, diminuindo a amplitude do movimento ao caminhar devido à redução da elasticidade. Enfim, o avanço da idade traz um declínio funcional inerente ao ciclo de vida, mas os riscos de quedas podem ser minimizados.
Uma primeira providência diz respeito à conscientização de que o ambiente construído deva dar o suporte necessário para cada circunstância, ajustando tapetes para que não deslizem ou enrolem, firmando ou eliminando móveis frágeis e colocando objetos de uso frequente em alturas que não exijam esforços desnecessários ou apoios para subir. Mas os impactos negativos serão minimizados com mudanças de atitude.
Nesse sentido, estimular a prática de exercícios físicos e o cuidado com os aspectos psicológicos nos idosos pode ajudar em relação ao problema das quedas e na saúde deles como um todo. São cuidados que servem tanto como prevenção, quanto como reabilitação.
Para evitar quedas, não basta acrescentar barras de apoio e evitar pisos escorregadios, mas principalmente mudar de atitude diante do aumento da fragilidade sem tomar providências que amenizem esse impacto. Certamente haverá maior bem-estar, confiança e felicidade.
Foto destaque de Tuna Dursun/pexels