Segue algumas perguntas que desenrolam um diálogo favorável à criação de vínculos e ao referenciamento de pessoas idosas nos serviços da proteção social.
Certa vez ouvi dizer que não é o técnico que escolhe ser referência do usuário, mas sim o usuário que escolhe quem será seu técnico de referência. Leia novamente até interpretar e veja como isso realmente faz total sentido.
Como assistente social nos serviços do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, fui escolhida pela população idosa para ser sua técnica referência. Entre todo o meu repertório teórico, com especializações e habilidades técnicas específicas, avalio meu sucesso no atendimento desse público por um fato elementar: saber dialogar com pessoas idosas.
Durante minha infância, cresci cercada por pessoas idosas, especialmente meus avós, e treinei desde muito cedo a escuta e o diálogo com esse público. Pensando nisso, elaborei um conjunto de instrumentos que me ajudaram a conduzir com maior assertividade os atendimentos sociais, o diálogo e a criação de vínculos com a população idosa no âmbito do SUAS.
CONFIRA TAMBÉM:
Deixo com vocês, leitores do Portal do Envelhecimento algumas perguntas fundamentais que desenrolam um diálogo técnico assertivo e favorável à criação de vínculos e ao referenciamento de pessoas idosas nos serviços da proteção social.
1) Quantos filhos o/a idoso tem e qual papel cada um exerce na sua vida?
A família é o pilar principal no atendimento de pessoas idosas, o próprio Estatuto da Pessoa Idosa coloca a família como primária para assegurar ao familiar seus direitos personalíssimos:
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar à pessoa idosa, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
2) O(a) idoso faz uso de medicamentos? Se sim, para o que e como se dá o acesso?
As fragilidades de saúde são características da velhice, por isso na grande maioria dos casos o/a idoso faz uso de muitos medicamentos.
Busque saber quais são eles, para que servem, qual é o cronograma de uso e se esse cronograma (indicado pelo médico) está sendo seguido. Nesses casos vale orientar a família a criar uma tabela com os horários ou programar o despertador para evitar o esquecimento.
Você também precisa saber onde o/a idoso retira tais medicamentos, pois pode acontecer do idoso estar pagando por medicamentos que poderia retirar gratuitamente no SUS.
3) O(a) idoso participa de eventos e confraternizações de família?
Uma vez perguntei a uma idosa o que mais a entristecia no seu núcleo familiar e ela me disse que era o fato dos familiares a excluírem de confraternizações de família.
Pessoas idosas têm assegurado o direito a conivência e participação comunitária como sendo parte da preservação da sua integridade.
Portanto, busque saber qual é a participação do/a idoso em eventos familiares, assim você terá subsídios para analisar o papel e o nível de pertencimento dele/a no seu núcleo familiar e comunitário.
Serviço
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Foto destaque de Mehmet Turgut Kirkgoz/pexels