O cordel “O Dia em que Seu Lunga caiu num Golpe” apresenta, com humor e crítica, fraudes bancárias, empréstimos consignados, abandono familiar…
Por André Lins Almeida (*)
Um projeto entre amigos do tempo de colégio, lançado em João Pessoa, Paraíba, transformou em cordel os problemas mais comuns enfrentados pelos idosos, como golpes bancários, consignados indevidos, desrespeito em filas e abandono, trazendo também, em versos, direitos garantidos pelo Estatuto da Pessoa Idosa.
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O cordel “O Dia em que Seu Lunga caiu num Golpe” foi lançado em João Pessoa em alusão ao mês da Pessoa Idosa (Outubro, que tem como marco o Dia Internacional do Idoso, 1 de outubro).
O advogado André Lins Almeida, o cordelista Alysson Medeiros e a médica geriatra Ana Laura uniram forças para transformar em versos os principais problemas enfrentados pelas pessoas idosas, muitas delas levadas diariamente à justiça, e mostrar, de forma simples e popular, os direitos garantidos pelo Estatuto da Pessoa Idosa.
Cada um contribuiu com sua especialidade: Alysson com a escrita cordelística, André com a visão jurídica sobre os “causos” mais comuns nos tribunais, e sobre o Estatuto da Pessoa Idosa e Ana Laura com a perspectiva médica do cuidado e da saúde do idoso.
Ana Laura, Alysson Medeiros e André Lins Almeida
O cordel
O cordel apresenta, com humor e crítica social, situações reais: fraudes bancárias, empréstimos consignados indevidos, desrespeito em filas, abandono familiar, além de temas como saúde, lazer e dignidade.
O personagem Seu Lunga, conhecido pela verve direta e bruta, vira porta-voz das pessoas idosas, dialogando com a geriatra e lembrando ao público que “Direito não tem idade: é justiça e proteção”. Confira um recorte do Cordel:
– Seu Lunga, a sua expressão
Não está tão boa, não…
O senhor está aflito:
Revela a respiração.
Parece que não se hidrata,
Nem está boa a pressão.
– A doutora tem razão!
Tem algo me consumindo.
Eu que me achava um esperto
E que ainda tava tinindo,
Caí num golpe tão besta
Foi no último domingo…
Fizeram uma ligação.
Disseram que era do Banco
E pediram minha senha,
(Me parecia tão franco!)
Depois rasparam minha conta…
Quase que morro de espanto!
O resultado é uma obra que mescla poesia popular, informação e consciência social, dedicada a todos que zelam pelos mais velhos. “Não é apenas literatura, é um gesto de amizade transformado em legado.
Queremos que as pessoas idosas e suas famílias entendam seus direitos sem juridiquês, no idioma da cultura nordestina, resume André Lins.
O cordel já circula em formato impresso e digital, e a expectativa dos autores é que seja usado em escolas, consultórios e rodas de leitura, como ferramenta educativa e de valorização da velhice.
Serviço
O cordel está disponível em formato digital para leitura gratuita. Segue o link: https://bit.ly/seulunga
Os bastidores e desdobramentos estão sendo divulgados no Instagram @andrelinsalmeida, onde o público pode acompanhar mais sobre o projeto.
(*) André Lins Almeida é advogado e membro do grupo de amigos do Cordel.
Fotos: arquivo pessoal dos amigos do Cordel
