Uso excessivo de antibióticos coloca em risco a saúde humana e animal

Uso excessivo de antibióticos coloca em risco a saúde humana e animal

A lavagem correta das mãos e dos alimentos são práticas eficazes que devem ser estimuladas para a prevenção da transmissão de bactérias. É importante seguir as recomendações médicas sobre os antibióticos, evitando o uso por conta própria e a interrupção do tratamento antes do prazo estabelecido pelo médico.

Lucas Rocha (*)


Uma das maiores ameaças à saúde global atualmente, a resistência de microrganismos aos antibióticos coloca em risco a saúde humana e animal. O aumento de bactérias resistentes está diretamente relacionado ao uso excessivo e incorreto dos medicamentos disponíveis. A ampliação do problema poderá dificultar o tratamento de um número cada vez maior de doenças infecciosas que podem se espalhar rapidamente. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que promove uma campanha para conscientizar a população, profissionais de saúde e gestores públicos sobre os impactos de dimensões sociais, econômicas e ambientais causados pela resistência. Confira a reportagem em vídeo:

“O uso indiscriminado de antibióticos por instituições de saúde, pela população e em práticas agropecuárias tem contribuído para o aumento da resistência a esses medicamentos”, ressalta a bacteriologista Ana Paula Assef, chefe do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). “A lavagem correta das mãos e dos alimentos, por exemplo, são práticas eficazes que devem ser estimuladas para a prevenção da transmissão de bactérias. Além disso, é importante cumprir as recomendações médicas sobre os antibióticos, evitando o uso por conta própria e a interrupção do tratamento antes do prazo estabelecido pelo médico”, enfatiza.

Reforço da vigilância

Segundo a OMS, a cada ano, cerca de 700 mil pessoas morrem, em todo o mundo, devido a infecções resistentes aos antimicrobianos. Doenças comuns, como infecções respiratórias, urinárias e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) poderão se tornar intratáveis com os medicamentos disponíveis. Frente a este cenário, o Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do IOC/Fiocruz atua como Centro Colaborador da Rede de Monitoramento da Resistência Microbiana Hospitalar (Rede RM), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os pesquisadores realizam análises de amostras bacterianas de diversos estados para o esclarecimento dos principais mecanismos de resistência circulantes no país e de possíveis casos de surto

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(*) Lucas Rocha (IOC/Fiocruz).


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