Uma sinfonia de vida na URSI

Uma sinfonia de vida na URSI

A experiência na URSI foi enriquecedora no contexto da minha formação, principalmente as conversas que tive com as pessoas idosas sobre a vida.

Gustavo Kazuhiro Matsuda (*)


Ao longo do primeiro semestre de 2023, participei do Grupo de Ombro da Unidades de Referência à Saúde do Idoso (URSI) Geraldo de Paula Souza. As URSIs consistem em centros de saúde pública voltadas ao atendimento de pessoas idosas em situação de vulnerabilidade física e psicológica. Nela, uma equipe multidisciplinar identifica os principais problemas que acometem a pessoa idosa e, com isso, a encaminham à atividade adequada.

Os encontros do Grupo de Ombro ocorriam todas as sextas-feiras, das 10 às 11 horas da manhã. Antes de iniciar os estágios, estava em dúvida se seria possível ter uma plena interação e entrosamento com as pessoas idosas, visto que o tempo era curto (apenas uma hora) e seria majoritariamente focado nos exercícios. Porém, ao longo dos encontros, pudemos sim conversar sobre os mais variados temas durante a realização das atividades, graças à boa condução das atividades por parte da fisioterapeuta da URSI.

Ao longo das atividades, eu colocava uma playlist com músicas retratando temas comuns à terceira idade, como o processo de envelhecimento e os diversos sentimentos que afloram nesse período. Além disso, a partir do terceiro encontro, passei a trazer poemas para ler junto com as pessoas idosas ao final dos encontros.

O tema dos poemas era o processo de envelhecimento e meu objetivo era promover uma reflexão com os participantes, conversar acerca de temas positivos e negativos acerca do envelhecimento e tratar de assuntos mais profundos e sérios. A leitura dos poemas foi, a meu ver, o principal ponto dos encontros, visto que era o momento de melhores trocas com os idosos, visto que não era possível interagir muito durante os exercícios.

Durante as discussões, um dos temas foi a morte. Alguns idosos comentaram que não temem a morte, visto que se sentem realizados com sua família e com aquilo que construíram na vida adulta. Já outros comentaram que se sentem angustiados pela morte e pelo sentimento de não poder realizar tudo aquilo que desejavam.

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Outro tema foi o contraste entre infância e velhice. As pessoas idosas comentaram sobre como a infância é o melhor momento da vida, já que há poucas preocupações e responsabilidades. Já a velhice é um momento em que elas podem descansar após anos de trabalho, mas também é uma fase em que a parte física já não funciona bem, o que lhes traz sofrimento.

Acredito que a experiência foi enriquecedora e relevante no contexto da minha formação, principalmente as conversas que tive com as pessoas idosas acerca das alegrias e dos sofrimentos que a terceira idade traz, além de poder ter esse contato mais humano, que não é possível durante as aulas teóricas.

(*) Gustavo Kazuhiro Matsuda – aluno do 5° Período do Curso de Psicologia da PUC-SP. Relato elaborado a partir do Estágio de Observação I, Curso de Psicologia PUC-SP, Supervisionado pela Profa. Dra. Ruth G. da C . Lopes, 1o sem 2023. E-mail: [email protected]

Foto destaque de Kampus Production/pexels.


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