Por um habitat mais inclusivo

A proteção integral dos adultos mais velhos, com locomoção limitada, ou com deficiência, exige respostas urgentes inclusivamente no âmbito de seu habitat.


A reabilitação, regeneração e construção na cidade, passando pela inclusão, tecnologia, sustentabilidade, economia e financiamento, focados nas necessidades e soluções do habitat para todos, foram temas abordados na [re] Lisboa IX Semana de Reabilitação Urbana (SRU), realizada nos dias 6 a 8 de abril, na Lx Factory, em Lisboa. A iniciativa foi promovida pela Vida Imobiliária com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e apoiada por associações do setor do imobiliário e da construção, empresários, gestores públicos e membros da academia.

Respostas urgentes aos desafios de um habitat mais inclusivo

A fim de perceber as necessidades, apreciar as soluções que já existem no mercado, e ampliar efetividade das respostas aos desafios de transformar a atual ameaçadora e arriscada condição de moradia para modelos de habitat mais inclusivos, plenos e melhores, a Santa Casa de Misericórdia de Lisboa apresentou o Debate ‘Um habitat inclusivo – necessidades e soluções!’

Após a abertura da sessão por António Gil Machado, Diretor, Vida Imobiliária, Ana Vitória Azevedo, Administradora, SCML apresentou desenhos alinhados ao tema, tendo citado o inovador projeto no coração de Monsanto, em uma antiga fábrica doada pela Nestlé, onde a SCML concretizará estrutura residencial assistida para seniores e pessoas com mobilidade reduzida.

Na sequência, abriu-se ao debate moderado por Sofia Alçada, Diretora do Impulso Positivo, que contou com a participação das especialistas Helena Lucas, Diretora do Departamento de Gestão Imobiliária e Património, ‎Santa Casa da Misericórdia de Lisboa; Stella Bettencourt da Câmara, Professora do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa; Inês Jardim Sequeira, Diretora da Casa do Impacto; Susan Cabeceiras, Arquiteta e CEO do atelier Konceptness; e Ana Penim, Thinking Partner de Executivos – YouUp.

De forma brilhante as oradoras explanaram sobre as questões a que foram desafiadas, e apresentaram as suas inovadoras sugestões, todas aptas ao enfrentamento da problemática posta. Foram palavras e sugestões para a vida digna, feliz e mais independente de pessoas de idade mais avançada; com doenças degenerativas ou pessoas cujo ambiente onde habitam podem lhe impactar a saúde.

Pensamos nas incubadoras da Casa do Impacto, e, uma vez que os empreendedores tem 4 vezes mais possibilidade de sofrerem burnout, depressão ou ansiedade, a questão do espaço é fundamental a ser tratada. Hoje a Casa do Impacto está em um antigo convento, local historicamente pensado para clausura. É preciso que as pessoas se sintam mais incluídas e menos isoladas. A forma como o espaço é pensado é fundamental para que o espaço seja mais amigável ou menos amigável, e este é um assunto que estamos a pensar no próprio espaço da Casa do Impacto. (Inês Jardim Sequeira)

Em uníssono, as palestrantes relataram as suas experiências profissionais nas respectivas áreas de expertise e levaram o público presente ao sentimento de empatia por aquele que vivencia limitações para habitar em sua própria casa e cidade. 

Nesta era em que a expectativa de vida cresce de modo acelerado urge que preparemos uma sociedade mais inclusiva, plena e agregadora para as pessoas, e em todas as fases e situações de suas vidas.

A institucionalização, muitas vezes, e infelizmente, é a primeira resposta para as pessoas mais velhas. Residenciais para as pessoas mais velhas têm de ser cada vez mais inovadores, com a presença da diversidade intergeracional. Temos que pensar em uma lógica da habitação, em que se não existir a família biológica podemos ter a família social e a convivência em comunidade. (Stella Bettencourt da Câmara)

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Com argumentos racionais, práticos e humanos, as palestrantes levaram à plateia na LX Factory a compreensão de que a proteção integral de adultos mais velhos, com locomoção limitada, ou com deficiência, exige respostas urgentes inclusivamente no âmbito de sua habitação. É a forma a garantir-lhes direito a uma vida digna e de qualidade, além de promover o desenvolvimento da autonomia, independência e emancipação pessoal e social dessas pessoas.

Três dias e 12 conferências para o bem da habitação em Lisboa

A Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa – que tinha como objetivo garantir e promover os direitos individuais a uma plena vivência, e em um habitat inclusivo -, foi apresentada no espaço INOVA(RE), uma área destinada à inovação no imobiliário, na Lx Factory, e trouxe dezenas de conferências com a participação de 120 oradores; workshops e apresentações de empresas e startups, para um debate com foco na tecnologia, sustentabilidade e impacto social.

IX Semana de Reabilitação Urbana (SRU) tem periodicidade anual em Lisboa e Porto, e é considerado o mais importante evento nacional de ativação do movimento da regeneração e renovação urbana em Portugal.

Fotos: Silvia Triboni


Silvia Triboni

Repórter, Advogada com MBA em Gestão Pública pela FGV, residente em Lisboa, Portugal, 64 anos. Criou o projeto Across the Seven Seas, cujo objetivo é o desenvolvimento do protagonismo sênior. É palestrante e membro da rede internacional Aging2.0. Faz parte da Consultoria Longevida, especializada na área do envelhecimento. Empreendedora, levou para a nação lusitana o curso brasileiro Repórter 60+ Portugal.

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Repórter, Advogada com MBA em Gestão Pública pela FGV, residente em Lisboa, Portugal, 64 anos. Criou o projeto Across the Seven Seas, cujo objetivo é o desenvolvimento do protagonismo sênior. É palestrante e membro da rede internacional Aging2.0. Faz parte da Consultoria Longevida, especializada na área do envelhecimento. Empreendedora, levou para a nação lusitana o curso brasileiro Repórter 60+ Portugal.

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