A pele é nosso maior órgão do corpo humano, órgão de proteção, de barreira e que precisa de cuidados extras no envelhecimento.
Elizabete De Marchi (*)
“Encare com naturalidade o seu envelhecimento, mas gerencie-o bem”. Esta é uma premissa que converso com minhas pacientes que vêm à clínica fazer seus tratamentos biomédicos estéticos avançados. Explico para elas que é necessário entender e se perceber envelhecendo, mas que é sim possível ter autocuidados e realizar tratamentos estéticos que melhorem a qualidade de vida e impactem, também, na saúde mental.
A partir desta percepção, é necessário compreender que o envelhecimento é um processo tridimensional, que afeta diferentes aspectos do corpo humano, de modo intrínseco e extrínseco. Algumas das principais mudanças que ocorrem durante o envelhecimento incluem:
1. Alterações ósseas: ao envelhecer, nossos ossos tendem a perder densidade, tornando-se mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Além disto, a cartilagem que cobre as articulações pode se desgastar, causando dor e limitando a mobilidade;
também:
2. Alterações musculares: com o tempo, a massa muscular tende a diminuir e as fibras musculares podem encolher e ficar mais fracas. Isto pode levar a uma diminuição da força e da resistência, bem como a um aumento do risco de quedas;
3. Alterações na pele: a pele também sofre mudanças durante o envelhecimento, como a perda de elasticidade, a formação de rugas e linhas finas, e a diminuição da produção de colágeno e elastina. Além disto, a pele pode ficar mais fina e frágil, tornando-se mais suscetível a lesões e irritações.
Quando pensamos nestas alterações, temos que entender que elas ocorrem de forma natural e simultaneamente, mas não por igual: ou seja, as alterações ósseas, musculares e de pele não ocorrem todas ao mesmo tempo. Tais alterações também variam de intensidade de pessoa para pessoa, não havendo um padrão.
Em resumo, este processo de envelhecimento e suas alterações no corpo dependerá do “conjunto da obra”. Assim, são seus hábitos, alimentação, prática de exercícios físicos fatores que impactarão na qualidade de vida durante seu envelhecimento. Se você consome bebidas alcoólicas ou fuma, se você costuma se expor no sol, sua herança genética e doenças autoimunes também afetarão no envelhecimento. Tudo isto afetará o nosso corpo, mas nós podemos gerenciar o nosso envelhecimento.
Alterações da pele
As pessoas idosas precisam ter acesso a informações qualificadas, prestadas pelas profissionais biomédicas que lhes atendem. Cabe a tais profissionais repassar as informações técnicas de forma acessível, explicando as necessidades de cuidados antes e depois de cada tratamento, bem como dos autocuidados que todas as pessoas precisam ter com a pele. A pele é nosso maior órgão do corpo humano, órgão de proteção, de barreira e que precisa de cuidados extras.
No caso das pessoas idosas, dois cuidados relativamente simples e baratos são indispensáveis para a qualidade de vida melhorada:
Se hidratar bem, de forma suficiente, na periodicidade adequada. Beber água várias vezes ao dia, como forma de prevenir problemas graves decorrentes da desidratação é um hábito que todas as pessoas precisam ter, mas muito mais ainda as pessoas idosas. É necessário fazer do beber água um hábito diário;
Foto: Cats Coming/pexels
Usar um bom protetor solar, recomendado para o seu tipo de pele. É importante conversar com profissionais da área de saúde que acompanham a pessoa idosa, para que especificações indicadas para cada tipo de pele sejam observadas. O protetor solar precisa ser utilizado na quantidade e periodicidade recomendada pelo fabricante ou profissional de saúde. E o protetor solar precisa ser utilizado todos os dias, inclusive em dias mais frios ou chuvosos.
É bastante comum que com o avanço da idade, gradativamente as pessoas passem a perder algumas características da pele, como a elasticidade e o brilho. Com as mudanças na pele, passam a ficar mais suscetíveis a lesões e precisam redobrar cuidados protetivos.
Na minha clínica atendo diversas pessoas idosas. Para cada uma delas, adoto tratamentos individualizados. Não uso protocolos, pois entendo que cada pessoa tem peculiaridades e características únicas, que precisam ser levadas em conta no tratamento estético. E as pessoas idosas precisam estar atentas a esta realidade, a de que nem sempre um protocolo, um atendimento padrão é recomendável até para pessoas de mesma idade ou da mesma família. Apesar de idades iguais, ou da herança genética familiar, há diversas diferenças entre elas.
Durante a minha consulta, que costuma levar entre duas e três horas, utilizo a estratégia de ouvir e de falar, de conversar com atenção e com empatia, para compreender e identificar os hábitos que cada paciente tem, especialmente porque durante a velhice, precisamos estar atentos a situações que só uma conversa detalhada pode identificar.
Na consulta, procuro agir de forma humanizada, pois compreendo que as pessoas que vêm ao meu consultório têm seus desejos e expectativas com a sua beleza, querendo se cuidar e sentirem-se bem consigo mesmas. É necessário a nós, profissionais da saúde, compreendermos, respeitarmos e estimularmos as pessoas idosas a buscarem auxílio profissional qualificado.
(*) Elizabete De Marchi é biomédica, com especialização em harmonização facial. Site: www.elizabetedemarchi.com.br. Instagram: @draelizabetedemarchi
Foto destaque de Kampus Production/pexels.
