As manchas escuras que aparecem nos 60+ atingem em cheio a autoestima feminina. Ainda não existe cura para o melasma, apenas controle.
Por Karina Hollo (*)
Com o passar dos anos, a pele passa por transformações associadas a mudanças no metabolismo, envelhecimento, exposição solar, à poluição, estilo de vida. No período da menopausa, a pele passa a ser considerada madura. Nessa fase, as reclamações mais comuns são a perda de viço, a flacidez, as rugas (que se tornam mais profundas) e alteração na uniformidade. Manchas e áreas hiperpigmentadas também dão o ar da graça, incluindo o melasma. Essa última questão de pele se caracteriza por marcas escuras que surgem geralmente no rosto, em regiões como bochechas, testa, nariz e queixo, em diferentes idades e por diversos motivos.
Não há uma causa definida, mas muitas vezes está relacionado ao desequilíbrio hormonal, ao uso de anticoncepcionais, à gravidez, a problemas de tireoide, ao excesso de açúcar no sangue e à exposição solar. Normalmente, a condição é identificada em exame clínico no consultório dermatológico. Existem inclusive lentes especiais que mostram se a mancha é mais superficial ou profunda, composta só de pigmento ou também por vasinhos. Sim, as mulheres costumam sofrer mais com o melasma justamente por fatores hormonais.
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Quem tem as manchas não costuma ficar sem maquiagem para disfarçar, não se dá ao direito de ter a liberdade de andar por aí de cara lavada. Saiba mais sobre fatos e boatos a respeito dessa questão de pele:
1) É possível desenvolver melasma depois dos 60 anos
Fato. “É possível desenvolver melasma em qualquer época da vida adulta”, avisa a dermatologista Fabiana Seidl, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. O melasma é uma condição crônica que acontece devido ao excesso de melanina produzido por melanócitos hiper ativados. “Ele é mais comum em mulheres em idade fértil, porém as alterações hormonais que acontecem na pós-menopausa também podem predispor ao seu aparecimento”, explica Fabiana. “Na pós-menopausa a apresentação clínica mais comum é o melasma extra facial, que ocorre em áreas corporais expostas ao sol como pescoço, colo e braços”, continua a médica.
2) O gatilho do melasma é hormonal
Fato. Outros fatores de risco incluem exposição solar, genética (história familiar de melasma) e uso de certos medicamentos. As manchas podem ter várias origens: hormonal, por exposição solar, poluentes ambientais, poluentes digitais, estresse, cigarro e o próprio envelhecimento sistêmico. As manchas do melasma caracterizam uma doença crônica e por isso é necessário um acompanhamento contínuo para controle.
3) O desequilíbrio hormonal causador do melasma não está presente na mulher de 60+
Boato. “O desequilíbrio hormonal está presente nessa idade sim, pelas alterações provenientes da menopausa. Além disso, não podemos esquecer de mulheres que fazem terapia de reposição hormonal, o que também predispõe ao aparecimento do melasma”, fala a dermato.
4) Quem desenvolveu melasma precisa continuar tratando para sempre
Fato. Ainda não existe cura para o melasma, apenas controle. “Evitar a exposição ao sol é fundamental, assim como utilizar o filtro solar, reaplicá-lo a cada 3 horas e complementar o tratamento com medicações que auxiliam no clareamento das manchas”, ensina Fabiana. Em tempo: não existem ainda tratamentos para acabar com o melasma. É quase irresistível cair na tentação de promessas milagrosas, mas o que resolve mesmo é consultar sua dermatologista e proteger o rosto do sol e do calor, que também intensifica o surgimento das marcas (inclusive borrifando água termal geladinha).
5) O melasma piora com a idade
Boato. A piora do melasma se dá, principalmente, por fatores hormonais e exposição solar. Portanto, a tendência é melhorar com a idade se a pessoa se proteger corretamente do sol. “Caso contrário, o melasma só irá piorar com o passar dos anos pelo dano cumulativo da radiação UV na pele.”
6) FPS faz parte do tratamento ideal para o melasma aos 60+
Fato. “O mesmo tratamento em qualquer idade inclui evitar exposição solar; usar o filtro solar com cor e reaplicá-lo a cada 3 horas; utilizar medicações prescritas pelo dermatologista que auxiliam no combate às manchas, com ativos como ácido tranexâmico, alfa-arbutin, niacinamida; evitar qualquer agressão à pele que possa gerar inflamação, pois isso piora o melasma.” Em consultório, são indicados peelings e laser, com indicação precisa de dermatologista.
7) O melasma se intensifica no verão
Fato. A maior exposição da pele aos raios solares estimula a atividade dos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina e a melanose, que é o acúmulo de melanina nos tecidos.
8) A alimentação pode ajudar a controlar o melasma
Fato. Dieta saudável faz bem para o corpo todo! Os antioxidantes presentes nas frutas, legumes e verduras ajudam a reduzir a inflamação e favorecem o bom funcionamento das células de todo o organismo, neutralizando o efeito negativo do estresse oxidativo e dos radicais livres. Consuma vitamina C (kiwi, laranja, limão, morango), vitamina E (arroz integral, amêndoa, amendoim, castanha do Pará), betacaroteno (abóbora, beterraba, cenoura), selênio (aveia, aves, amêndoas, fígado, nozes, frutos do mar, sementes de girassol). E evite fast food, alimentos processados, adoçantes artificiais, corantes e aditivos químicos, bebidas inflamatórias como refrigerantes, sucos de caixinha, bebidas alcoólicas e café, além de alimentos que possam causar alergia. Todos esses podem desencadear inflamação e acelerar o aparecimento de manchas.
(*) Karina Hollo é editora de beleza há mais de 15 anos, com matérias publicadas nos principais veículos brasileiros, como L’Officiel, Marie Claire, Bazaar, Vogue, Estadão Online, Claudia Online, E!, Beleza na Web, Cosmopolitan, Boa Forma, Claudia, Elle, além de ser uma das autoras do livro A História dos Cachos e Cacheados no Brasil, para a Salon Line. Texto reproduzido com autorização da Aura60+
Foto destaque de Teona Swift/Pexels