“La memoria”, canção resume e revela as tragédias da humanidade

“La memoria”, canção resume e revela as tragédias da humanidade

A canção ‘La memoria’, letras e música de León Gieco, é uma denúncia às tragédias que ainda nos ferem como sociedade, apagando vidas que não têm oportunidade de envelhecer. É o compromisso contra o esquecimento e a impunidade. O som da dor está no videoclipe. Vale a pena ouvir antes de começar a ler.


O videoclipe ‘La memória’ resume e revela, ao longo de sete minutos, as tragédias que ainda nos ferem como sociedade. É uma homenagem às 85 pessoas mortas, mais de 300 feridos e dolorosos anos de impunidade, como consequências do ataque terrorista que destruiu a sede da AMIA em 18 de julho de 1993, às 9h53, no coração da cidade de Buenos Aires.

A música de León Gieco foi cantada por uma centena de artistas de música popular argentina, de diferentes gêneros. “Vocês estão aqui hoje não para cantar minha canção, estão aqui pelos mortos da AMIA”, disse León Gieco aos músicos presentes quando a gravação terminou. O vídeo é dirigido por Sebastián Orgambide e foi produzido pela produtora cinematográfica K & S Films.

Com direção e produção musical de Lito Vitale, a gravação de ‘La Memoria’ contou com a participação de Axel, Pedro Aznar, Elena Roger, Gustavo Santaolala, Litto Nebbia, Nito Mestre, Abel Pintos, Ricardo Mollo, Diego Torres, Andrés Ciro Martínez, Luis Salinas, Juan Carlos Baglietto, Lali Esposito, Pimpinela, Raúl Lavié, Soledad Pastorutti, Nacha Guevara, Patricia Sosa, Chango Spasiuk, Valeria Lynch e Karina La Princesita, entre muitos outros artistas.

Letra

“Os velhos amores que não estão lá, a ilusão daqueles que perderam, todas as promessas que se foram e aquelas que em qualquer guerra caíram.

Tudo está guardado na memória, sonho da vida e da história.

O engano e a cumplicidade dos genocídios que estão soltos, o perdão e o final apontam para as feras daquele inferno.

Tudo está guardado na memória, sonho da vida e da história.

A memória desperta para ferir as pessoas adormecidas que não a deixam viver livre como o vento.

Os desaparecidos que se procuram com a cor dos seus nascimentos, a fome e a abundância que se juntam, o maltrato com a sua má memória.

Dois mil comeriam durante um ano com o que custa um minuto militar. Quantos deixariam de ser escravos pelo preço de uma bomba ao mar.

Tudo está preso na memória, no espinho da vida e da história.

A memória se estica até sangrar, às cidades que a amarram e não a deixam andar livre como o vento.

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Todos os mortos do A.M.I.A. e aqueles da Embaixada de Israel, o poder secreto das armas, a justiça que olha e não vê.

Tudo está escondido na memória, refúgio da vida e da história.

Foi quando as igrejas ficaram em silêncio, foi quando o futebol comeu tudo, que os pais palotinos e Angelelli deixaram seu sangue na lama.

Tudo está escondido na memória, refúgio da vida e da história.

A memória explode até que derrote as pessoas que a esmagam e que não a deixam livre como o vento.

A bala a Chico Méndez no Brasil, 150.000 guatemaltecos, os mineiros que enfrentam o rifle, a repressão estudantil no México.

Tudo é carregado na memória, arma da vida e da história.

América com almas destruídas, os meninos mortos pelo esquadrão, a tortura de Mugica pelas vilas, a dignidade de Rodolfo Walsh.

Tudo é carregado na memória, arma da vida e da história.

A memória tem como objetivo matar as pessoas que se mantêm em silêncio e não a deixam voar como o vento.


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