Guia prático para ampliar a consciência sobre o isolamento social entre pessoas idosas.
Por Maria Weila Coêlho Almeida e Leides Barroso Azevedo Moura (*)
A cartilha Isolamento social entre pessoas idosas: o que sabemos? é resultado da pesquisa de mestrado do Programa de Pós-Graduação em “Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional”, intitulado: Isolamento Social entre Pessoas Idosas Participantes do Sesc do Distrito Federal em Tempo de Distanciamento Social na pandemia de Covid-19, da pesquisadora Maria Weila Coêlho Almeida, sob orientação da professora Dra. Leides Barroso Azevedo Moura. A pesquisa foi realizada junto ao Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (CEAM), da Universidade de Brasília.
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O desejo das organizadoras é que este material sirva como um guia prático para ampliar a consciência sobre o isolamento social entre pessoas idosas e contribua de forma significativa para uma sociedade mais inclusiva, justa e celebrativa da diversidade geracional.
A pesquisa teve como objetivos analisar a situação de isolamento social vivenciada por pessoas idosas, participantes do Sesc DF, durante o período de distanciamento social imposto pela pandemia de Covid-19. O estudo visou compreender os impactos do isolamento nesse grupo específico, buscando identificar os desafios enfrentados, as estratégias de adaptação adotadas e as necessidades emergentes. A análise se concentrou não apenas nos aspectos negativos do isolamento, mas também nas redes de apoio existentes e nas soluções que podem ter surgido durante esse período, fornecendo insights importantes para o desenvolvimento de políticas e práticas que promovam o bem-estar e a inclusão social das pessoas idosas em tempos de crises sanitárias.
É importante saber que o processo social do envelhecimento ultrapassa o aspecto biológico. Ele reflete as condições objetivas e subjetivas moldadas pelas transformações ao longo da vida. Nesse contexto, celebrar as fases da vida na velhice é fundamental. Isso implica considerar não apenas limitações de natureza física ou biopsicossociais, mas sobretudo, evidenciar as experiências e contribuições que pessoas idosas trazem para a sociedade. Ao valorizar e respeitar as pessoas idosas, podemos criar comunidades mais inclusivas, solidárias e intergeracionais
O que é isolamento social?
O isolamento social é um determinante social de saúde da pessoa idosa. É o estado no qual indivíduos experimentam cada vez menos envolvimento social com outras pessoas. Redução objetiva ou escassez de parceiros e/ou contatos sociais. Pessoas que vivem por mais tempo podem enfrentar uma diminuição na frequência de interações sociais, o que pode levar as pessoas idosas longevas a um maior risco de isolamento social.
O isolamento social pode aumentar a vulnerabilidade das pessoas idosas e colocá-las expostas ao sofrimento mental. As pessoas idosas sofrem riscos físicos e psicológicos com o isolamento social, não apenas em casa, estes dados são vistos em hospitais, Instituições de Longa Permanência para Pessoas Idosas e outros espaços de cuidado. Aumento do risco de declínio cognitivo, demências e outras patologias.
A pesquisa analisou a situação de isolamento social de pessoas idosas participantes do Sesc DF, em tempo de distanciamento social na pandemia de Covid-19. Neste período, foi observada uma baixa ocorrência de isolamento social e percepção de solidão em comparação com outros estudos nacionais e internacionais, desenvolvidos com pessoas idosas. É possível que o Sesc DF, por meio de seus programas e intervenções bem-sucedidas, voltadas para pessoas idosas durante 2021 e 2022, tenha contribuído para esse achado, que elucida a importância das ações desenvolvidas pelas instituições da cidade na promoção do envelhecimento saudável, participativo e cidadão.
Atividades cotidianas como aulas, cursos, programas educacionais e intergeracionais, prática de meditação, danças, caminhadas, reza/oração, jardinagem e atividades de cuidado com o ambiente, pintura, prática da gratidão, conexão com animais de estimação, envolvimento em projetos de vida, voluntariado, práticas de atividades cívicas, inserção em coletivos da cidade, exercícios físicos, entre outras, auxiliam na inserção social, ampliação da rede de contatos e manejo de crises.
Essas práticas, somadas ao fortalecimento de vínculos com amigos e familiares, na modalidade presencial ou virtual, contribuem para a promoção do envelhecimento saudável e participativo.
Serviço
Isolamento social entre pessoas idosas: o que sabemos?
Organização: Maria Weila Coêlho Almeida e Leides Barroso Azevedo Moura
Elaboração: Universidade de Brasília (UnB) – Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (CEAM) – Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional (PPGDSCI)
Ano: 2023
Link: baixe a cartilha aqui
(*) Maria Weila Coêlho Almeida é Assistente Social. Mestre. Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional (PPGDSCI / CEAM) da Universidade de Brasília (UnB). Integrante do Grupo de Pesquisa “Envelhecer Cidadão”; “Isolamento Social entre Pessoas Idosas do Distrito Federal” e do Projeto de Extensão de Ação Continuada “Construindo uma Universidade para Todas as Idades. Contato: [email protected]
Leides Barroso Azevedo Moura é enfermeira; professora do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências da Saúde, do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional – CEAM da Universidade de Brasília. Doutora em Ciências da Saúde. Coordenadora do Projeto de Extensão de Ação Continuada “Construindo uma Universidade para todas as idades” e coordenadora do Grupo de Trabalho “Envelhecimento Saudável e Participativo” DAC / DASU / UnB. Contato: [email protected]