Idosos em asilos nem sempre recebem visitas

Para um grande de número de idosos, envelhecer significa entrar na decadência. Depois de anos dedicados na maioria das vezes aos filhos, homens e mulheres passam a ser vítimas de humilhação, ameaça, abandono, discriminação, agressão física e até mesmo de exploração. Isso vem ocasionando vários problemas para os próprios idosos que são isolados e esquecidos em asilos, sem motivação alguma para viver. Prova disso é o grande número de pessoas que vivem hoje nas entidades que cuidam da população da terceira idade. No município, os lares ministrados por profissionais diversos transformam em residências para os assistidos que não têm para onde ir.

 

 

A idosa Ana Araújo, 76 anos, que vive há anos no Lar dos Idosos Vila Belém, no bairro Siderlândia, é um exemplo. Ela tem família, mas nunca recebe visitas. Vivendo no mundo do faz de conta, já que sua mente está falha, Ana Araújo tem o asilo como sua verdadeira residência e os funcionários, seus familiares. Além dela, outros internos sofrem com o abandono e, por isso, recebem dos funcionários o carinho negado pelos parentes.

Outro que está no asilo há mais de três anos e nunca recebeu visita de parentes é Luís Bazílio, 96 anos. Um dos mais idosos do lar, Luís recebe o carinho e a atenção da equipe formada por 11 funcionários e cinco voluntários do Lar dos Idosos Vila Belém. Dirigido há dois anos e meio pela psicanalista Sirlei Oliveira Ghirlinzone da Rocha, o asilo atende 22 internos, entre homens e mulheres. Segundo a administradora, colaboradora do lar durante muitos anos, ela decidiu assumir a direção da entidade depois que visitou o local e viu de perto as necessidades dos internos. “Como meu pai ajudou a construir o lar, sempre fui colaboradora, mas nunca havia visitado a instituição. Minha decisão de ajudar mais de perto a instituição foi quando estive aqui (asilo) e vi as dificuldades pelas quais o asilo passava. Faltava alimentação, espaço para os idosos alimentarem e fazer suas necessidades fisiológicas, entre outras. Estava quase fechando”, conta Sirlei, lembrando que, além disso, existia também uma dívida que não era pequena. “Trabalhamos muito e hoje estamos podendo atender os idosos que necessitam”, completa.

Em processo de transição

O Lar dos Idosos Vila Belém, que está em processo de transição e que em breve se chamará Casa do Bem Viver, tem capacidade para atender 24 pessoas. Segundo Sirlei, a instituição está com 43 anos de funcionamento e atende um número maior de mulheres. Por uma questão talvez machista, as mulheres são mais discriminadas pelos familiares. Isso porque, segundo ela, os homens sempre tiveram o beneficio da aposentadoria e as mulheres, não. “Muitas famílias ficam com os idosos homens em casa, mas, às vezes, não por proteção, mas para gastar o pouco do que ele dispõem”, conta Sirlei.

Para a coordenadora de enfermagem e diretora administrativa do asilo, Tereza Iolanda de Souza Vieira, a transformação do lar nos últimos dois anos e meio pode ser notada desde a recepção ao espaço para as refeições dos internos. Quando assumiu, juntamente com a atual coordenadora, as condições do lar eram péssimas. “As condições precárias eram notadas em todos os cantos e agora a melhoria está também em todas as partes”, afirma.

Fonte: a voz da cidade, disponível Aqui, 10/08/2007.

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