Edital Acadêmico de Pesquisa 2022: conheça os projetos selecionados!

Edital Acadêmico de Pesquisa 2022: conheça os projetos selecionados!

De 94 projetos de pesquisa submetidos e avaliados, 10 deles foram selecionados, a maioria tendo mulheres como proponentes. Conheça os projetos selecionados.


No dia em que a cidade de São Paulo comemora 469 anos, o presente é dos 10 selecionados do Edital Acadêmico de Pesquisa 2022, promovido pelo Itaú Viver Mais em conjunto com o Portal do Envelhecimento: Sereno Sofia Gonçalves Repolês, Sheyla Paranaguá, Anelise Crippa Silva, Maria Elisa Gonzalez Manso, Camila de Andrade Simões, Lívia Pacheco da Cruz, Camila Rocha Ferreira de Oliveira, Guilherme Torres Correa, Leticia Martins Bitar de Moraes e Amanda Cristina de Oliveira. Parabéns aos pesquisadores e pesquisadoras por essa conquista, assim como à São Paulo, cidade que nos acolhe!

O Edital Acadêmico de Pesquisa

Fazer pesquisa com impacto social! Esta frase define muito bem o propósito desta iniciativa inovadora do país, o Edital Acadêmico de Pesquisa: envelhecer com futuro, promovido pelo Itaú Viver Mais e Portal do Envelhecimento. A frase foi colocada por uma parecerista durante uma reunião de avaliação dos projetos recebidos. Aliás, a missão social das universidades deveria ser essa, de contribuir com o desenvolvimento social do país, mas elas se fecharam no ensino e pesquisa com um viés produtivista, e só recentemente foi acrescido a extensão, cabendo a extensão (chamada como a terceira missão), a responsabilidade de articular o conhecimento científico (oriundo do ensino e da pesquisa) com as demandas da sociedade, e assim intervir na realidade onde ela está inserida.

O Edital Acadêmico surgiu em 2021, inaugurando uma nova modalidade de investimento social voltado à pesquisa científica, tendo como objetivo apoiar projetos acadêmicos de caráter interdisciplinar e desenvolvidos por pesquisadores(as) do país. Nesse sentido, o Edital amplia o compromisso do Itaú Viver Mais e Portal do Envelhecimento em colaborar para a construção de conhecimento com impacto social, considerado fator chave para a longevidade e a participação plena na sociedade, levando em conta a desigualdade social existente no Brasil e o crescente aumento da população idosa.

Compreender as razões e consequências das desigualdades e seus impactos nas múltiplas e diversas velhices é um caminho para se encontrar formas inovadoras que possam promover uma velhice mais digna, inclusiva e sustentável. Acreditamos que fazer pesquisa com impacto social tem o potencial de sugerir caminhos baseados na proteção dos direitos humanos e na política do envelhecimento ativo.

O Edital Acadêmico de Pesquisa 2022: envelhecer com futuro contou com a inscrição iniciada na plataforma de 140 projetos. A maioria deles da região Sudeste (54,2%); seguido da região Nordeste (21,2%); região Sul (13,6%); depois região Norte (7,6%); e região Centro-Oeste (1,7%). Do total dos projetos iniciados e que completaram suas devidas inscrições, 94 (67,1%) foram submetidos e passaram por uma avaliação documental e técnica, sendo selecionados 10 projetos no total.

Perfil dos proponentes

Dos 94 projetos, 65 deles (69,15%) foram propostos por mulheres, 27 (28,72%) por homens e 2 (2,13%) por Trans. Tal qual no Edital do ano passado, a presença de mulheres continua predominando, o que nos leva a afirmar que as mulheres é que se preocupam mais com o fenômeno do envelhecimento – ao menos na perspectiva acadêmica -, do que os homens.

Em relação à idade dos pesquisadores e pesquisadoras, observamos que 25,53% estão na faixa etária de 36 a 40 anos, seguido de 15,96% na faixa de 31 a 35 anos; 11,70% de 25 a 30 anos. Observamos que a faixa com maior número de pesquisadores e pesquisadores está entre 31 a 40 anos, totalizando 41,49%. Observamos ainda a presença de pesquisadores e pesquisadoras acima de 50 anos. De 51 a 55 anos (9,57%), de 56 a 60 anos (3,19%), de 61 a 65 anos (10,64%), de 66 a 70 anos (3,19%), e de 71 a 80 anos (3,19%). Se somarmos todos os pesquisadores e pesquisadoras acima de 61 anos, teremos um total de 30,85%.

Quanto à cor, constatamos que dos 94 projetos apresentados, 57 (60,6%) foram propostos por pesquisadores que se autodeclararam da cor branca; 21 (22,3%) cor parda; 12 (12,8%) preta; apenas 1 projeto (1,1%) da cor amarela; e 3 (3,2%) outra. Se somarmos os projetos de pesquisadores que se autodeclararam da cor parda e preta, teremos 33 projetos de pesquisadores afrodescendentes.

Em relação à renda, constamos que 46,81% dos pesquisadores proponentes têm uma renda mensal domiciliar entre R$ 2,9 mil e R$ 7,1 mil, seguido de 27,66% entre R$ 7,1 a R$ 22 mil e 24,47% com renda mensal domiciliar até R$2,9 mil.

O Edital Acadêmico de Pesquisa 2022: envelhecer com futuro elegeu quatro linhas de pesquisa e três categorias de apoio financeiro. Dos 10 projetos selecionados, cinco são da região Sudeste, três do Sul e dois do Norte; 8 deles foram submetidos por mulheres e apenas dois por homens, lembrando que a maioria dos projetos apresentados são de coletivos formados por diversos pesquisadores de diferentes gêneros. Conheça os projetos selecionados, seus proponentes, categorias e respectivas linhas de pesquisa:

Transmasculinidades e envelhecimento: perspectivas sobre cuidado e atenção à saúde
Proponente: Sereno Sofia Gonçalves Repolês
Região: São Paulo/SP
Categoria: 24 mil
Linha de Pesquisa: Envelhecimento e diversidade

Os Impactos do Sistema de Regulação do Crédito Consignado no enfrentamento à violência financeira contra pessoas idosas
Proponente: Sheyla Paranaguá
Região: Paraíso do Tocantins/TO
Categoria: 24 mil
Linha de Pesquisa: Saúde financeira e segurança de internet

Inclusão da pessoa idosa e a importância da Intergeracionalidade nas organizações: experiência, conhecimento e potencialidade da pessoa idosa transmitida para as novas gerações
Proponente: Anelise Crippa Silva
Região: Porto Alegre/RS
Categoria: 24 mil
Linha de Pesquisa: Envelhecimento e diversidade

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Diversidades na velhice: vulnerabilidades sociais e programáticas segundo recorte de cor de pele e gênero
Proponente: Maria Elisa Gonzalez Manso
Região: São Paulo/SP
Categoria: 24 mil
Linha de Pesquisa: Envelhecimento e diversidade

A percepção de problemas ambientais urbanos e suas influências nas vidas de mulheres mais velhas em Belém e em Curitiba: um choque entre o Brasil do Norte e o do Sul?
Proponente: Camila de Andrade Simões
Região: Curitiba/PR
Categoria: 16 mil
Linha de Pesquisa: Desenvolvimento sustentável e solidário

A velhice da população da LGBTQIA+ e as políticas de direitos humanos no Brasil
Proponente: Lívia Pacheco da Cruz
Região: Santa Cruz do Sul/RS
Categoria: 16 mil
Linha de Pesquisa: Envelhecimento e diversidade

Convívio intergeracional e representações sociais de velhices LGBTQIA+: uma revisão de escopo
Proponente: Camila Rocha Ferreira de Oliveira
Região: São Paulo/SP
Categoria: 16 mil
Linha de Pesquisa: Envelhecimento e diversidade

Envelhecimento, educação ambiental e interculturalidade: por uma velhice virtuosa e feliz
Proponente: Guilherme Torres Correa
Região: Araraquara/SP
Categoria: 8 mil
Linha de Pesquisa: Desenvolvimento sustentável e solidário

A violência financeira às pessoas idosas em situação de vulnerabilidade social face às inovações tecnológicas
Proponente: Leticia Martins Bitar de Moraes
Região: Belém/PA
Categoria: 8 mil
Linha de Pesquisa: Saúde financeira e segurança de internet

Representações da velhice negra na publicidade em vídeo brasileira
Proponente: Amanda Cristina de Oliveira
Região: São Paulo/SP
Categoria: 8 mil
Linha de Pesquisa: Envelhecimento e diversidade

Para se refletir

Em relação às linhas de pesquisa, Envelhecimento e diversidade – com foco na diversidade do envelhecimento (velhices pretas; velhices quilombolas; velhices indígenas; velhices LGBTQ+; velhices fragilizadas; velhices masculinas; velhices femininas; velhices periféricas; intergeracionalidade dentro da velhice; e envelhecimento e deficiência) – foi a que mais contou com projetos de boa qualidade técnica submetidos, e que também por isso dos 10 projetos, seis deles apresentam como foco esta linha, inserida no Edital Acadêmico de Pesquisa 2022.

Entre os projetos submetidos verificamos que as linhas de pesquisa Saúde financeira e segurança de internet – com foco em cuidados com a perda econômica na velhice, gestão do dinheiro, gastos, empréstimos, poupanças e investimentos, controle de endividamento, prevenção à violência patrimonial e golpes financeiros -; assim como a linha Desenvolvimento sustentável e solidário – com foco no papel dos mais velhos no cuidado ao meio ambiente saudável, equilíbrio entre bem-estar e sustentabilidade. Influência do meio ambiente na qualidade do envelhecimento, educação ambiental, futuro mais sustentável -, ainda carecem de pesquisas que foquem nestas temáticas consideradas por nós muito importantes para se construir velhices com futuro, já que o futuro é velho!

Mais preocupante é a linha de pesquisa Segurança de acesso a bens e serviços – com foco nos deslocamentos, transportes, acesso a moradias, trabalho, novos negócios e serviços, ambiências, impacto dessas condições na interação social e no bom envelhecer – que recebeu pouquíssimos projetos e com baixa qualidade técnica.

Próximos passos

Os(as) pesquisadores(as) proponentes apoiados por este Edital se comprometem a mensalmente entregar relato escrito com os avanços do projeto e a participar de workshop online para compartilhar os avanços e desafios a serem enfrentados pelo projeto junto aos demais pesquisadores(as). O Portal do Envelhecimento fará o monitoramento das atividades dos(as) pesquisadores(as) ao longo do ano de 2023. O monitoramento se encerra com a apresentação do conhecimento produzido no Seminário Final, a ser realizado no final de 2023.



Beltrina Côrte

Jornalista, Especialização e Mestrado em Planejamento e Administração do Desenvolvimento Regional, Doutorado e Pós.doc em Ciências da Comunicação pela USP. Estudiosa do Envelhecimento e Longevidade desde 2000. É docente da PUC-SP. Coordena o grupo de pesquisa Longevidade, Envelhecimento e Comunicação, e é pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa do Envelhecimento (NEPE), ambos da PUC-SP. CEO do Portal do Envelhecimento, Portal Edições e Espaço Longeviver. Integrou o banco de avaliadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – Basis/Inep/MEC até 2018. Integra a Rede Latinoamericana de Psicogerontologia (REDIP). E-mail: [email protected]

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Jornalista, Especialização e Mestrado em Planejamento e Administração do Desenvolvimento Regional, Doutorado e Pós.doc em Ciências da Comunicação pela USP. Estudiosa do Envelhecimento e Longevidade desde 2000. É docente da PUC-SP. Coordena o grupo de pesquisa Longevidade, Envelhecimento e Comunicação, e é pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa do Envelhecimento (NEPE), ambos da PUC-SP. CEO do Portal do Envelhecimento, Portal Edições e Espaço Longeviver. Integrou o banco de avaliadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – Basis/Inep/MEC até 2018. Integra a Rede Latinoamericana de Psicogerontologia (REDIP). E-mail: [email protected]

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