Congresso realizado em Costa Rica discute os desafios presentes e estratégias futuras em relação ao envelhecimento, como o idadismo, corpo feminino, inclusão e saúde
Por Monica Tritone Medeiros (*)
O VIII Congresso Internacional de Gerontologia da Costa Rica, que aconteceu nos dias 20 e 21 de Julho na UCR – Universidade da Costa Rica, trouxe o importante tema – A velhice e o envelhecimento no contexto atual: desafios presentes e estratégias futuras.
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As discussões aconteceram em um espaço acadêmico de encontro, reflexão e intercâmbio de intervenções e investigações gerontológicas entre organizações, universidades e sociedade civil no contexto atual. Foi um reencontro de saberes, sentimentos, experiências e novos desafios que marcam o processo de envelhecimento e a fase da velhice.
Após a abertura oficial, houve a apresentação do coral de pessoas idosas de Costa Rica, cantando músicas típicas, e, seguidamente deu-se início à Aula Magna e às demais palestras. Foram dois dias muito ricos em que os palestrantes trouxeram novidades sobre o tema da velhice e do envelhecimento. Entre elas destaco as seguintes:
“A (des)construção social do idadismo através de uma comunicação empática e inclusiva”, por Irene Ramos Soler. Em sua fala, a Dra. Soler abordou como o idadismo está impregnado em grande parte na sociedade através de estereótipos negativos que se associam com o tempo, prejudicando as pessoas mais velhas. Divididos nos níveis macro, médio e micro, o idadismo está nas mínimas coisas e para combatê-lo, precisamos controlar desde os pensamentos e as emoções até as mensagens implícitas nas mídias e nas nossas falas. Para (des)construir é necessário mudar.
“Envelhecimento feminino: como mulheres de 40 anos ou mais reconhecem seus corpos”, por Monica Tritone Medeiros.Na modalidade pôster, Monica apresentou dados da sua pesquisa de como um grupo de mulheres a partir de 40 anos de idade na Cidade de São Paulo, reconhece seus corpos – concluindo que, a maioria das mulheres entrevistadas tem uma preocupação com o julgamento dos outros, tornando-as inseguras com relação aos seus próprios corpos e processo de envelhecimento, ocasionando numa barreira que impede com que tenham a confiança que precisam quando começam a envelhecer.
“Gerontecnologia: inclusão e oportunidades de inovação no envelhecimento”, por Tássia Chiarelli, que abordou como a Gerontecnologia – o estudo sobre tecnologia que envolve pessoas maduras e inclui produtos, serviços e entretenimento, auxilia as pessoas mais velhas. Como a tecnologia junto aos maduros cresceu especialmente na pandemia, trazendo maior conforto e inclusão junto à sociedade e aos membros da família. Também nos trouxe em sua fala, que as pessoas idosas são muito inovativas, que se interessam em utilizar e avançar no assunto e que as tecnologias desenvolvidas por pessoas mais velhas são mais bem aceitas por elas.
“Mudanças em diferentes domínios de recuperação após fratura de quadril e diferença chave entre os sexos: Achados dos Estudos de Quadril de Baltimore”, por Denise Orwig.Na palestra, a Dra. Orwig nos trouxe como conclusão dos seus estudos, que parece haver uma sequência em ordem pela qual ocorre a recuperação da função após a fratura do quadril; esta sequência parece ter ligação paralela ao processo pela qual essa função foi perdida; tratamentos e intervenções precisam ser direcionados para doenças subjacentes e consequências emergentes e que existem diferenças chave entre os sexos na recuperação, destacando a necessidade de abordagens personalizadas.
(*) Monica Tritone Medeiros é mestre em Psicogerontologia pelo Instituto Educatie de Ensino e Pesquisa. Autora do livro “O Corpo Envelhescente: Percepções de Mulheres a Partir dos 40 Anos” Portal Edições, 2022). E-mail: [email protected]
