Atividades que adotei durante meu primeiro ano de viuvez

Atividades que adotei durante meu primeiro ano de viuvez

Novas rotinas, autocuidado e cercar-me de pessoas positivas são apenas alguns exemplos do que me ajudou a enfrentar a viuvez

Por Paula Marie Usrey (*)


Nada me assustava mais do que a ideia de perder meu querido marido, Claude. Eu não poderia imaginar viver sem ele. Então, em maio de 2022, fiquei viúva. Além do choque da perda e da dor devastadora que experimentei, senti-me perdida. A vida que meu marido e eu compartilhamos desapareceu em um instante.

Embora as viúvas sejam mais propensas a procurar comunidades de apoio do que os viúvos, a Organização Nacional de Viúvos (EUA) relata que muitos homens também podem se beneficiar de grupos de apoio a viúvos.

Eu queria conversar um pouco com ele todos os dias, rir com ele, observar beija-flores juntos no quintal ou sentir o conforto de sua mão segurando a minha durante caminhadas pela vizinhança, como sempre fazíamos. Nossas esperanças e sonhos compartilhados para o futuro não existiam mais. Eu não tinha certeza se queria ou poderia seguir em frente sem o amor da minha vida.

Foto: Ksenia Chernaya/pexels

A viuvez representa uma das transições de vida mais desafiadoras que qualquer um de nós pode enfrentar. No entanto, cada um de nós tem o poder de seguir em frente. Como aconselhou minha irmã Pamela: “Não tenha medo das mudanças em sua vida. A vida é uma série de mudanças e você pode e irá se adaptar.”

Reconhecendo o sábio conselho da minha irmã, comecei intencionalmente a praticar nove atividades de capacitação baseadas em evidências durante o meu primeiro ano de viuvez que estão me ajudando a me adaptar e seguir em frente.

9 Atividades baseadas em evidências para viúvas e viúvos

Embora a literatura sugira que viúvas e viúvos muitas vezes lidam com a perda do cônjuge de forma diferente, as atividades que continuam a me ajudar também podem beneficiar os viúvos. Por exemplo, embora as viúvas sejam mais propensas a procurar comunidades de apoio do que os viúvos,  a Organização Nacional de Viúvos relata que muitos homens podem beneficiar de grupos de apoio a viúvos. Alguns estudos também revelam que os viúvos podem sofrer de depressão mais significativa. No entanto, as evidências sugerem que algumas das atividades que estou compartilhando podem ajudar no tratamento da depressão, além de apoiar a adaptação e o crescimento pessoal.

Minha esperança é que todos nós que vivenciamos a viuvez encontremos maneiras de nos adaptar e seguir em frente. Aqui estão as 9 atividades que me ajudaram:

1 – Encontrar um grupo de apoio – Alguns meses depois de ficar viúva, entrei para um grupo online de apoio a viúvas. Atualmente co-modero este grupo. Nós encorajamos uns aos outros, fazemos perguntas, sugerimos recursos e fornecemos conselhos úteis. Os membros deste grupo realmente “entendem” o que é perder um cônjuge. Também passo tempo com outras viúvas da minha comunidade. Conectar-me com viúvas ajudou-me a sentir-me mais fortalecida à medida que encorajamos e apoiamos uns aos outros.

2 – Foco no autocuidado – Como fui cuidadora de meu marido em meio período e às vezes em tempo integral durante seus últimos 17 meses, tendia a negligenciar minha própria saúde. Depois que Claude faleceu, percebi que estava física e emocionalmente esgotada. Para poder seguir em frente, continuei a seguir uma dieta saudável, comecei a variar minha rotina diária de exercícios, optei por limitar o consumo de álcool e me certifiquei de dormir o suficiente. Também marquei uma consulta muito atrasada com meu médico. Agora estou me sentindo com mais energia e saudável novamente.

3 – Desenvolvendo novas rotinas – Muitas de minhas rotinas diárias giravam em torno das necessidades de meu falecido marido até ele falecer. Depois que ele se foi, inicialmente me senti sem rumo. Por estar aposentada, precisei criar algumas novas rotinas para meu próprio benefício. Além dos hábitos necessários ou práticos que continuei, acrescentei 10 minutos de ioga em pé à minha rotina diária; esta breve prática diária me ajuda a me sentir mais confiante, melhorando a minha flexibilidade e equilíbrio. Também voltei a praticar flauta pela primeira vez em 50 anos porque me agrada.

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4 – Aprendendo novas habilidades – A autossuficiência está associada à resiliência e a sentimentos de capacitação. Algumas das novas habilidades que me esforcei a aprender durante meu primeiro ano de viuvez incluíam usar uma serra mecânica e outras ferramentas para reparos domésticos, consertar vazamentos e fazer meus impostos. Também aprendi que pedir ocasionalmente ajuda a outras pessoas quando necessário não diminui meu senso de autossuficiência. Agora estou me sentindo mais confiante em relação ao futuro.

5 – Processando o luto por meio do registro no diário – Comecei um diário de luto logo após a morte de meu marido; esse tipo de registro no diário me ajudou a processar meus sentimentos. Então, em vez de escrever um diário de luto, comecei a escrever para Claude como um substituto para nossas conversas diárias de “conversa fiada”. Adoro contar a ele como cuidei do trabalho do quintal e como ficou lindo. Em minha mente, posso ver meu querido e falecido marido sorrindo e imaginá-lo dizendo: “Parece ótimo, Paula. Estou orgulhoso de você”.

6 – Conectando-me com Pessoas Positivas – Reúno-me regularmente com velhos e novos amigos. Uma coisa que todos eles têm em comum é que cada um mantém uma visão positiva da vida. Cercar-me de pessoas positivas também me incentiva a manter uma atitude positiva e uma boa saúde mental.  

7 – Praticando a Gratidão –  Estou aprendendo a expressar regularmente gratidão pelos 25 anos que Claude e eu passamos juntos. Expressar gratidão pode ajudar a melhorar nosso humor, melhorar nosso sono, diminuir a depressão e a ansiedade e reduzir o risco de doenças.

8 – Honrando um Legado – Como educador e treinador, marido, pai e avô, Claude influenciou e inspirou muitas pessoas. Perto do fim da vida, ele repetiu as lições e histórias que queria que todos lembrássemos. Cada pessoa que ele tocou faz parte de seu legado. Por causa de sua influência em minha vida, também faço parte de seu legado e me sinto capacitada para servir como uma de seus guardiões. Estou motivada a fazer tudo o que puder para garantir que as gerações futuras conheçam o seu nome e como ele ajudou a tornar o mundo um lugar melhor. Também estou mais consciente do legado que quero deixar quando partir.

9 – Reconhecendo um propósito maior – Converso regularmente com minha cunhada, Winnie. Embora tenha perdido familiares próximos e dois maridos, ela é uma das pessoas mais positivas que conheço. Ela me lembrou que a vida nos dá oportunidades de crescer e de usar o que aprendemos para ajudar outras pessoas. Sou grata pela forma como minha cunhada me incentivou e ajudou quando fiquei viúva. Agora quero fazer pelos outros o que Winnie fez por mim. Usar o que aprendi para ajudar outras pessoas me deu um renovado senso de propósito à medida que avanço.

Acredito que todos nós podemos aprender a nos adaptar e avançar na viuvez. Certas atividades ou práticas intencionais podem nos ajudar em nossa jornada. Porém, seguir em frente não significa esquecer aqueles que perdemos.

Embora muitas das viúvas e viúvos com quem conversei tenham construído novas vidas, acredito que todos eles continuam a manter um lugar em seus corações para os cônjuges que perderam. Quanto a mim, sempre carregarei a influência de Claude em meu coração, não importa o que o futuro traga.

(*) Paula Marie Usrey é autora de Recusando-se a ser invisível: estratégias de empoderamento no planejamento de vida para mulheres com mais de 50 anos. Ela é professora associada aposentada de comunicação e ex-pesquisadora educacional. Também foi palestrante do TEDx. Atualmente, está trabalhando em um livro sobre seu primeiro ano de viuvez. 

Fonte: Nextavenue

Foto destaque de Mart Production/pexels.


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