Tarefas domésticas, por mais banais que possam parecer, também são formas de manter o cérebro ativo.
Quando se considera a moradia adequada para a pessoa idosa com atributos de conforto e segurança, geralmente se pensa em mobiliário com dimensões e materiais que permitam movimentos sem grandes impactos e o uso de pisos antiderrapantes e barras de apoio em pontos estratégicos.
Porém, ao considerar a importância de manter-se ativo e capaz de tomar decisões sobre suas rotinas, qualquer sujeito, jovem ou idoso, busca desenvolver habilidades que permitam garantir autonomia ao longo da vida.
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Um dos maiores temores, para muitos, não é a morte, mas a perda da capacidade cognitiva, que os distancia de pessoas queridas e apaga memórias importantes.
A demência é um processo que não tem cura e, portanto, deve ser considerado a partir da busca de hábitos saudáveis, tal como descrito na reportagem de Fernanda Bassette:
“A realização de atividades físicas e mentais, como tarefas domésticas, a prática regular de exercícios e o convívio social com visitas a amigos e familiares, podem ajudar a reduzir o risco de demência em idosos. Os resultados são de um estudo publicado na revista científica Neurology, que avaliou dados de mais de 500 mil pessoas sem demência e com idade média de 56 anos.“
Nessa perspectiva, fica evidente a importância da manutenção de uma moradia confortável e segura, o que determina decisões sobre a limpeza da casa e de roupas, armazenagem e preparo de refeições nas atividades culinárias e racionalização do espaço e de eventuais desgastes de pisos e revestimentos, oriundos de movimento de visitantes que possam frequentar a residência.

Receber amigos e familiares cria objetivos relacionados, tais como estar preparado para esse movimento na moradia e ter prazer com ele. Assim, as tarefas domésticas são atividades importantes para atender a dinâmica de uma casa animada e aconchegante, criando uma ambiência significativa para todos.
De acordo com a geriatra Thaís Ioshimoto, do Hospital Israelita Albert Einstein, “Tarefas domésticas, por mais banais que possam parecer, também são formas de manter o cérebro ativo. Até mesmo cozinhar é uma forma de estimular a cognição.”
Podemos estabelecer algumas dicas para que isso aconteça: se julgar que o sofá pode ficar marcado pelo uso constante, há capas fáceis de lavar e que podem trazer cores diferentes no ambiente.
Tapetes colocados sem risco de tropeços devem estar bem presos e serem fáceis de aspirar mecanicamente, assim como as luminárias de teto, especialmente com leds, devem durar muito, mas outras peças mais baixas auxiliam com alternativa de iluminação quando necessária.
Louças e talheres suficientes devem estar à mão, evitando esforços e riscos quando colocados em alturas de difícil alcance, assim como as roupas estarão organizadas por estação, facilitando o manuseio diário.
Enfim, as tarefas domésticas podem ser prazerosas se visarem a receber visitantes tanto quanto a usufruir dos ambientes, criando boas condições para uma velhice ativa.
Foto de Photo Anna Shvets/pexels.

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