Trabalhar em casa é uma saída para idosos continuarem economicamente produtivos? - Portal do Envelhecimento e Longeviver
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Trabalhar em casa é uma saída para idosos continuarem economicamente produtivos?

Trabalhar em casa tem sido uma saída para muitas pessoas idosas, desde a pandemia, alavancando a qualidade de vida das famílias envolvidas.


Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE sobre a população brasileira foram divulgados nestas últimas semanas. O recenseamento de 2022 demonstrou resultados importantes para comprovar que o aumento da população idosa no Brasil, especialmente após os 65 anos, já aponta ao desequilíbrio dos recursos destinados à aposentadoria, visto que a população jovem está decrescendo.

Em 2022, o total de pessoas com 65 anos ou mais no país (22.169.101) chegou a 10,9% da população, com alta de 57,4% frente a 2010, quando esse contingente era de14.081.477, ou 7,4% da população. (…) O aumento da população de 65 anos ou mais em conjunto com a diminuição da parcela da população de até 14 anos no mesmo período, que passou de 24,1% para 19,8%, evidenciam o franco envelhecimento da população brasileira.

Esses dados demonstram que a prestação de cuidados por familiares aos parentes mais velhos diminui ainda mais a partir da necessária busca pela independência financeira. Por outro lado, os profissionais ativos tendem a diminuir e a arrecadação de recursos destinados à aposentadoria igualmente será menor. Atualmente já é evidente que os valores de aposentadoria são escassos para pessoas que não têm outras fontes de renda e, portanto, há sempre a procura por alternativas que a complementem.

A idade mediana é um indicador que divide uma população entre os 50% mais jovens e os 50% mais velhos. No Brasil, de 2010 para 2022, a idade mediana subiu de 29 anos para 35 anos, evidenciando o envelhecimento da população. (…) O índice de envelhecimento é calculado pela razão entre o grupo de idosos de 65 anos ou mais de idade em relação à população de 0 a 14 anos. Portanto, quanto maior o valor do indicador, mais envelhecida é a população. No Brasil, esse índice chegou a 55,2 em 2022, indicando que há 55,2 idosos para cada 100 crianças de 0 a 14 anos. Em 2010, o índice de envelhecimento era menor, correspondendo a 30,7.

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Trabalhar em casa foi uma saída para muitos brasileiros no período da pandemia pela Covid-19. Produzir doces, quentinhas e lanches para delivery, oferecer consultas diversas por teleconferência e criar serviços de orientação em várias áreas de atividades, desde cuidados pessoais até cursos diversos, foram alternativas que se mantiveram para muitos que empreenderam, alavancando a qualidade de vida das famílias envolvidas.

Profissionais liberais passaram a reduzir estruturas de atendimento, preferindo os espaços coworking e o home office, mantendo habilidades e competências até depois da aposentadoria.

A moradia deve atender às necessidades do usuário, em qualquer fase da vida. Portanto, renovar os ambientes com móveis e objetos efetivamente úteis facilita a manutenção de atividades ou a implementação de novas, garantindo o protagonismo e a independência até quando for possível.

Imagem de destaque de Shvets production/.pexels


Maria Luisa Trindade Bestetti

Arquiteta e professora na graduação e no mestrado da Gerontologia da USP, tem mestrado e doutorado pela FAU USP, com pós-doutorado pela Universidade de Lisboa. Pesquisa sobre alternativas de moradia na velhice e acredita que novos modelos surgirão pelas mãos de profissionais que estudam a fundo as questões da Gerontologia Ambiental. https://sermodular.com.br/. E-mal: maria.luisa@usp.br

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