Receitas francesas em tempo de Olimpíadas

Receitas francesas em tempo de Olimpíadas

Uma combinação perfeita: assistir os Jogos Olímpicos com receitas francesas.


Neste momento, em que Paris está no centro do mundo por causa das Olimpíadas, marcando o retorno dos jogos à cidade luz após 100 anos, ressalto aqui os valores olímpicos criados por Pierre Coubertin, francês, grande idealizador dos jogos: igualdade, equidade, justiça, respeito, racionalidade, compreensão, autonomia e excelência. Valores que nos inspiram a longeviver de bem com a vida, especialmente quando se tem a oportunidade de fazer e saborear receitas da gastronomia francesa.

A abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, no dia 26 de julho de 2024, parou a capital francesa e a cidade se tornou no olho do furacão. Ao todo, são 329 eventos divididos em 48 modalidades e que contam com mais de 10 mil competidores. As competições foram espalhadas por Paris e suas regiões vizinhas, com vários locais icônicos sendo utilizados, como o Stade de France e o Stade Roland Garros.

Os Jogos de 2024 contam com uma ampla gama de esportes e modalidades olímpicas tradicionais, além da inclusão de novos esportes como breakdance, escalada esportiva, skate e surf, refletindo a adaptação aos gostos e tendências modernas.

Memórias gustativas de Paris

Para acompanhar os Jogos, que tal conhecer algumas receitas gastronômicas? Acredito ser interessante deixar aqui, em nosso Blog Sabor&Saber, algumas delas. Foi em Paris que fiz vários cursos e estágios em Bistrôs, período em que meu filho caçula lá estudava, em 2008. Ele cursou e finalizou mestrado em Ambiental na Universidade de Sorbonne e que faz a diferença em sua vida profissional na área do Direito Internacional.

A avó de meus três netos australianos “Mamãe Sylvie”, como a chamamos carinhosamente, nasceu no centro de Paris. Já estivemos lá por muitas vezes. Na verdade, Mamãe Sylvie é uma professora de francês e inglês que ama cozinhar e, juntas, já trocamos e preparamos algumas receitas durante as férias de verão.

Eu, em 2008, de dona de restaurante em praça de alimentação em Shopping Center em São Paulo passei a ser estagiária em bistrô, na Place de la Bastille, Saint Antonie, junto ao metrô, com grande movimento e consumo. Época em que cursei no Le Cordon Bleu de Paris.

Na ocasião, o prato coringa do almoço nos horários de pico e correria em Paris era “o Croque Monsieur”, em que os restaurantes deixam tudo pronto e congelado para ser gratinado e servido rapidamente e muito quente, normalmente com salada ou fritas, na maioria das vezes servido com ½ taça de vinho branco que, para eles, é alimento e pode ser consumido no almoço e voltar para o trabalho. O mestre sommelier Jorge Lucki diz que o sanduíche é o artista principal e a salada é apenas para dar um toque de acidez. A melhor opção é o vinho branco Chardonnay.

Mas vamos ao grande escolhido! Receita rápida, fácil e que atende a todos os gostos. “Espécie de misto quente metido e delicioso”, ele nasceu em um café no Boulevard des Capucines, em Paris, em 1910, como o almoço perfeito: quente, crocante, feito com queijo e presunto. Se o cozinheiro adicionasse molho béchamel, então, ficava também luxuoso.

Ninguém reivindica a autoria da receita. Acontece que ela foi publicada pela primeira vez no The Belgian Cookbook, em 1915. Daí a hipótese de o croque monsieur ser uma criação belga.

– O Croque monsieur, é formado por duas palavras evidentemente francesas: croquer – que significa devorar ou comer depressa, mas que também pode ser tostar levemente e monsieur, ou senhor. Há uma história que remonta às práticas indígenas australianas, de assar carne entre duas fatias de massa de trigo.

– O Croque Madame, é uma variação do Croque Monsieur que se destaca pelo acréscimo de um ovo frito no topo. Acredita-se que o nome “Croque Madame” tenha surgido devido à semelhança do ovo frito com um chapéu de mulher, além de ser uma brincadeira com o nome do prato original.

Croque Monsieur

Ingredientes
molho béchamel:
1 colher (sopa) de manteiga
1 e 1/2 colher (sopa) de farinha de trigo
1 xícara (chá) de leite
Sal, noz-moscada ralada e pimenta-do-reino moída

Para o sanduíche:
1 colher (sopa) de manteiga
2 fatias de pão branco tipo caseiro
6 colheres (sopa) de queijo gruyère ralado
3 a 4 fatias de presunto
1 colher (chá) de mostarda Dijon
Molho béchamel a vontade

Modo de Preparo Molho Béchamel
1 –Aqueça a manteiga em uma panela no fogo baixo. Junte a farinha e cozinhe, misturando com uma colher grande ou batedor de arames (fouet), por cerca de dois minutos, sem deixar escurecer. Junte o leite aos poucos, uma colher de cada vez, mexendo sempre.
2 -Deixe o molho no fogo baixo, sem parar de mexer, até engrossar. Tempere com sal, noz-moscada e pimenta-do-reino. Reserve.

Não perca nenhuma notícia!

Receba cada matéria diretamente no seu e-mail assinando a newsletter diária!

Montagem
1 – Derreta a manteiga em uma frigideira e toste as fatias de pão até dourar dos dois lados.
2 – Tire o pão do fogo e espalhe mostarda e um pouco do molho béchamel.
3 – Ponha o presunto e a metade queijo ralado sobre uma fatia de pão.
4 – Feche o sanduíche e, por cima, espalhe o molho béchamel e salpique o restante do queijo.
5 -Leve ao forno médio preaquecido (180°C) para assar até o queijo derreter e dourar. Sirva quente com salada de folhas verdes.

Clafoutis fácil e rápida

O “clafoutis” original é uma receita doce tradicional francesa, que se popularizou provavelmente durante o século 19. Aparentemente, o nome vem do verbo “clafir”, que significa “encher”. Na preparação, uma massa espessa, mas ainda líquida e doce, como um flan, é assada com cerejas azedas, que cozinham no forno.

Clafoutis é um doce da culinária da França, que consiste numa fruta, originalmente cerejas inteiras, mas que ao longo do tempo se popularizou e hoje é produzida com várias frutas frescas da época. Existe uma variante, também originária do Limousin, em que se utilizam outras frutas, principalmente a maçã, denominado “flaugnarde” ou “flognarde”. Particularmente já fiz com variedades de frutas frescas e até com physalis, uma delícia.

Ingredientes
500 g de cerejas frescas ou outra fruta de sua preferência
300 ml de leite integral
4 ovos
¼ de xícara (4 colheres de sopa) de açúcar (confeiteiro ou refinado)
1 colher de sobremesa de essência de baunilha
1 xícara de chá de farinha de trigo (125g) de farinha de trigo
1 pitada de sal
manteiga para untar a forma
Obs: a receita original leva açúcar aromatizado com vanila (baunilha)

Modo de preparo
1 – Aquecer o forno a 200°C. Untar uma travessa para ser servida na mesa.
2 – Untar a forma com manteiga. Reserve.
3 – Quebrar os ovos numa vasilha, acrescentar o sal, o açúcar e o açúcar aromatizado de baunilha ou a essência. Mexer com um batedor manual.
4 – Incorporar a farinha e em seguida o leite. Colocar a preparação na travessa.
5 – Lavar as cerejas, secar e tirar os caroços. Distribuí-las na travessa. Levar ao forno e deixar cozinhar de 35 a 45 minutos. (Forno 180ºC)
6 – Polvilhar o clafoutis com açúcar cristal ou de confeiteiro quando tirar do forno. Servir morno na travessa do cozimento.
Nota: se utilizar cerejas (pequenas) do clafoutis, melhor permanecerem com os caroços porque são eles que realçam o sabor característico dessa sobremesa original.

Sugestões de leituras
1 – A Arte Culinária de Julia Child: Técnicas e receitas essenciais de uma vida dedicada à cozinha. Edição Português por Julia Child (Autor), David Nussbaum (Autor).
2 – Le Cordon Bleu – Todas as Técnicas Culinárias – Jeni Wright e Eric Treuille. Editora Marco Zero 2018.
3 – Paris em casa: 100 receitas clássicas da capital francesa, 2018. Edição Português por Clotilde Dusoulier (Autor), Lígia Azevedo (Tradutor).

Fotos: acervo pessoal


post anunciando curso de gerontologia social

Ana Maria Ruiz Tomazoni

Ana Maria Ruiz Tomazoni - Doutora em Educação (PUC-SP), Mestre em Gerontologia Social (PUC-SP) e Pós-Graduada em Hotelaria e Eventos pelo Senac SP. É fundadora e Diretora Pedagógica da Escola de Gastronomia Sabor & Saber. Atua como docente, educadora alimentar, pesquisadora, escritora e palestrante. É avó de 7 netos e uma eterna aprendiz. E-mail: [email protected]. Site: www.saboresabergastronomia.com.br. Facebook Sabor & Saber Gastronomia. Instagram: saboresabergastronomia

Compartilhe:

Avatar do Autor

Ana Maria Ruiz Tomazoni

Ana Maria Ruiz Tomazoni - Doutora em Educação (PUC-SP), Mestre em Gerontologia Social (PUC-SP) e Pós-Graduada em Hotelaria e Eventos pelo Senac SP. É fundadora e Diretora Pedagógica da Escola de Gastronomia Sabor & Saber. Atua como docente, educadora alimentar, pesquisadora, escritora e palestrante. É avó de 7 netos e uma eterna aprendiz. E-mail: [email protected]. Site: www.saboresabergastronomia.com.br. Facebook Sabor & Saber Gastronomia. Instagram: saboresabergastronomia

Ana Maria Ruiz Tomazoni escreveu 45 posts

Veja todos os posts de Ana Maria Ruiz Tomazoni
Comentários

Os comentários dos leitores não refletem a opinião do Portal do Envelhecimento e Longeviver.

LinkedIn
Share
WhatsApp
Follow by Email
RSS