Quedas em idosos: junho lembra, a prevenção acontece sempre

Quedas em idosos: junho lembra, a prevenção acontece sempre

Prevenir quedas, vai além de manutenção da segurança física, é preservar a autonomia, a mobilidade e a autoestima.



À medida que junho chega ao fim, concluímos o mês de conscientização dedicado a duas pautas essenciais: a prevenção da violência contra pessoas idosas e a importância da prevenção de quedas nessa faixa etária. Este período serve como um lembrete crucial para a sociedade sobre a necessidade de combater toda e qualquer forma de violência contra a população idosa, ao mesmo tempo em que destaca os impactos negativos das quedas na qualidade de vida e na autonomia.

As quedas representam uma das principais causas de morbidade e mortalidade entre idosos, frequentemente levando a lesões sérias, internações hospitalares e, em muitos casos, à perda da autonomia.

É importante ressaltar que, no Portal do Envelhecimento, a discussão sobre esses temas – quedas e violência – é uma constante. Seja por meio de nosso site, da Revista Longeviver, da Revista Kairós-Gerontologia ou dos cursos que oferecemos, estamos permanentemente engajados em alertar e educar a sociedade, demonstrando que nosso compromisso transcende o mês de junho.

Quedas: seus efeitos podem ser graves em qualquer idade

Para Kleber Duarte, médico neurocirurgião, e coordenador do Serviço de Neurocirurgia para Saúde Suplementar e Neurocirurgia em Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, as quedas são uma das principais causas de traumas e hospitalizações, especialmente entre pessoas idosas. Mas seus efeitos podem ser graves em qualquer idade, principalmente quando envolvem lesões no cérebro ou na coluna vertebral.

Segundo ele, o mês de junho que se finda, foi de chamar a atenção para os riscos, os tipos mais comuns, as consequências e, principalmente, para as estratégias de prevenção. Trata-se, na realidade, de um convite à prevenção.

As quedas são eventos frequentes, mas nem sempre tratadas com a seriedade que merecem. De acordo com Duarte, suas consequências podem ser graves, especialmente entre pessoas com doenças crônicas, como Parkinson, e outras condições que comprometem o equilíbrio ou a mobilidade.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as quedas estão entre as principais causas de lesões não intencionais em pessoas idosas. Aproximadamente 1 em cada 3 pessoas com mais de 65 anos cai pelo menos uma vez ao ano, sendo que em metade desses casos as quedas são recorrentes.

As quedas também representam a segunda principal causa de mortes acidentais de pessoas idosas. No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam que quedas são responsáveis por cerca de 30% das internações por causas externas de pessoas com mais de 60 anos.

Duarte assinala que as quedas podem causar fraturas (especialmente de fêmur, punho e quadril), traumas cranianos e lesões musculares, além de complicações como perda da mobilidade, infecções associadas à hospitalização prolongada e deterioração da saúde mental.

Na opinião do médico neurocirurgião, a recuperação após uma queda pode ser lenta e, muitas vezes, incompleta, especialmente em pessoas idosas, gerando um impacto emocional e psicológico. Um problema comum é o chamado “medo de cair”, que pode surgir mesmo sem lesão física.

Duarte assinala que esse medo leva à redução da atividade física, perda de confiança e isolamento social, formando um ciclo que agrava ainda mais a fragilidade física e emocional da pessoa idosa. Ele aproveita e dá algumas orientações de como podemos prevenir quedas, afinal, a prevenção começa com informação, acompanhamento médico e adaptações no ambiente.

Prevenção

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É importante saber que com algumas medidas e estratégias, as quedas podem, em grande parte, ser prevenidas, como por exemplo:
1 – Adaptar o ambiente doméstico fazendo a remoção de obstáculos,
2 – Instalação de barras de apoio,
3 – Utilização de pisos antiderrapantes,
4 – Boa iluminação,
5 – Escolha de calçados adequados com solado antiderrapante,
6 – Quando necessário o uso de acessórios assistivos: bengala, andador
7 – Quando possível, a prática de exercícios físicos orientados para treino de equilíbrio e força ajudam na manutenção da autonomia.

Para Kleber Duarte, uma única queda pode levar a perda da independência, ocasionando a necessidade de cuidados permanentes ou institucionalização. Assim, as quedas afetam diretamente a qualidade de vida e o bem-estar emocional. Prevenir quedas, vai além de manutenção da segurança física, é preservar a autonomia, a mobilidade e a autoestima.

Cartilha de prevenção disponível gratuitamente

Baixe a cartilha elaborada e distribuída pelo Instituto Gera (São Paulo), com dicas práticas para prevenir quedas e manter a independência e segurança no dia a dia.

Foto de Roman Biernacki/pexels.


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