Quais são os desafios de se longeviver dentro de uma ILPI?

Quais são os desafios de se longeviver dentro de uma ILPI?

Quais os critérios de escolha dos fazeres que são oferecidas aos residentes? Estarão empurrando os residentes ao não fazer, a uma “ociosidade” aparente?

Maria Amelia Ximenes (*)

 

Somos um país que envelhece a cada ano, nos diz os números do último censo do IBGE. Tendência mundial, com o aumento da expectativa de vida e de longevos, novos desafios surgem decorrentes de questões sociais, políticas e de saúde próprias do envelhecer. Dentre essas questões a moradia e o cuidado emergem e quais as responsabilidades dos governos, da sociedade e da família, com relação a elas?

Esses questionamentos nos remetem a uma antiga discussão; a institucionalização da pessoa idosa, questão polêmica e complexa que envolve aspectos políticos, sociais, econômicos, de saúde, psicoemocionais e principalmente como esses idosos residentes poderão usufruir de uma velhice ativa e com qualidade a partir de serviços individualizados que respeitem a personalidade, privacidade, modos de vida diversificados e dando-lhes a oportunidade de encontrar desejos e necessidades ocupacionais ímpares.

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Para discutir esse tema abordando a dificuldade da ocupação de pessoas idosas residentes em ILPIs, ministrei o workshop “Dialogando sobre os fazeres em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs)” que aconteceu no Espaço Longeviver no dia 15/01/18,  a convite do Portal do Envelhecimento, site do qual sou colaboradora.

Quais são os desafios de se longeviver dentro de uma ILPI? Por que existe a preocupação das ILPIs com a ocupação de seus residentes? Quais os critérios de escolha das atividades que são oferecidas aos residentes? Estes fazeres (atividades) dão significado à vida da pessoa idosa residente e/ou satisfazem suas necessidades individuais? O que seria esperado para o idoso residente considerando a política do envelhecimento ativo? De que maneira as atividades do dia a dia nessas instituições podem interferir no fazer dos residentes? Estarão empurrando os residentes ao não fazer, a uma “ociosidade” aparente?

Estes e outros questionamentos serviram de provocação para o diálogo com os participantes do workshop. A ideia foi não partir de respostas prontas, mas construir uma sequência de juízos partindo de trocas entre saberes formais e experiências práticas cotidianas, com seus desafios e dúvidas. Dessa forma foi possível a cada participante construir seu próprio saber. Esta metodologia está alinhada com a proposta pedagógica do Espaço Longeviver.

A experiência se mostrou válida e contou com a participação de sociólogos, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, gestores, psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, advogado, enfermeiro, entre outros.

Esta experiência servirá de base para novos projetos, tão necessários, com o tema. Aguardem!

 

(*) Maria Amelia Ximenes – graduação em Terapeuta Ocupacional pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR, 1985), Especialista em Psicologia da Saúde (UNESP/BAU,2003) e em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (FIOCRUZ, 2014), Mestre em Gerontologia (PUC/SP, 2005) e Doutora em Ciências Sociais (Antropologia) pela PUC/SP (2011). Atualmente é Servidora Pública Federal do Instituto Nacional do Seguro Social (desde 2008) atuando na Reabilitação Profissional É colaboradora do Web site Portal do Envelhecimento. Tem experiência na área de Terapia Ocupacional, com ênfase em envelhecimento humano e saúde no trabalho atuando principalmente nos seguintes temas: longevidade, envelhecimento, aposentadoria, ocupação, trabalho, ócio. E-mail: [email protected]

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