O isolamento extremo de idosos em ILPI’s têm efeitos colaterais negativos

A restrição da mobilidade e do convívio social tem importantes repercussões negativas nos idosos que vivem em residenciais.


As pessoas idosas que moram em Instituições de Longa Permanência (ILPI’s), ou seja, lares de idosos na Espanha estão sofrendo muito por causa das restrições de contato social, uma das medidas tomadas na luta contra o coronavírus. Tais restrições envolvem a diminuição ou cancelamento de visitas de familiares e amigos e saídas de residentes ao exterior. Ante isso, a Sociedade Espanhola de Geriatria e Gerontologia (SEGG) faz os seguintes esclarecimentos:

1) A restrição da mobilidade e do convívio social tem repercussões negativas importantes nos idosos, principalmente no aumento da incidência de síndromes geriátricas.

2) O isolamento, especialmente entre aqueles que já o sofreram, pode levar à perda de suportes efetivos e motivações emocionais e, portanto, à perda do sentido da vida. A restrição do contato social favorece o aparecimento de transtornos afetivos como síndrome de ansiedade ou depressão.

3) Do ponto de vista funcional, o confinamento e as limitações de mobilidade a ele associadas favorecem o sedentarismo e, portanto, o aparecimento de sarcopenia (perda de massa e função muscular) e fragilidade.

4) Também podem produzir a síndrome da imobilidade e aumentar a incidência de incontinência urinária ou seu agravamento, se já estava presente antes do confinamento.

5) Do ponto de vista cognitivo e comportamental, as restrições à mobilidade e às relações sociais quebram as rotinas habituais e podem agravar os prejuízos cognitivos já presentes, aumentando a incidência de sintomas comportamentais e delirium.

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Com estes pontos, a Sociedade Espanhola de Geriatria e Gerontologia lembra que a proteção da saúde pública não consiste apenas em proteger os idosos do contágio, mas também em estimular a prevenção de doenças e a promoção da saúde através da atividade física frequente e do convívio social.

A Sociedade Espanhola de Geriatria e Gerontologia está ciente de que a desaceleração sempre leva a surtos no contexto atual da doença em nosso país. Esses surtos podem afetar principalmente as residências de idosos devido às suas características, portanto, cuidados extremos devem ser tomados nessa população, mas o isolamento extremo vem causando efeitos colaterais importantes nessas pessoas, às vezes afetando, muito seriamente, seus estados de saúde físico, mental e emocional.

Por isso, pede às autoridades sanitárias que busquem permanentemente o difícil equilíbrio entre a proteção do contágio do coronavírus, os direitos dessas pessoas e a possibilidade de levar uma vida o mais normal possível. Nesse sentido, sempre dependendo da progressão da epidemia, pede que procurem facilitar ao máximo os contatos sociais e viagens ao exterior.

A Sociedade Espanhola de Geriatria e Gerontologia, sempre que possível, solicita a manutenção de todos os meios de comunicação (telefone, videoconferência …) e sobretudo, o aumento do número de atividades físicas, sociais e ocupacionais dentro de uma mesma residência, reforçando os profissionais que são necessários para este propósito.

Foto destaque de Matej de Pexels


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