A longevidade é realidade e, com ela a certeza de se ficar velho na esperança de uma vida com qualidade. Porém, nem sempre isto é possível, vai depender do tipo de vida que se teve, quando jovem ou adulto e, das doenças incapacitantes que foram aparecendo trazendo sequelas, muitas vezes irreversíveis. A mais comum destas, diz respeito às das articulações e, entre estas, a do quadril, joelho e pé são as mais prejudicadas, levando a dificuldades com marcha e, consequentemente, uma vulnerabilidade maior às quedas.
Maria Amélia Ximenes (*)
Pensando nisso, um grupo de estudantes de robótica do SESI Fênix Bauru/SP, com média de idade de 12 anos, fizeram um protótipo de uma palmilha que poderá, segundo eles, ajudar a melhorar a marcha dos idosos com problemas de coordenação dos movimentos do pé. O tema foi matéria do G1 Bauru e Marília, sob o título “Alunos de 12 anos criam palmilha especial para idosos em Bauru, SP”, publicada no dia 1 de março.
De acordo com a matéria, a criação é tema de um concurso, cujos membros do grupo concorrerão em Brasília, na etapa nacional, que será realizada nos dias 9 e 10 de março em Taguatinga (DF). O Torneio SESI-SP de Robótica é uma iniciativa do SESI-SP que tem como objetivo desenvolver nos alunos da rede escolar do SESI-SP competências e habilidades nos campos da Ciência e da Tecnologia, utilizando contextos do mundo real.
CONFIRA TAMBÉM:
Em sua quarta edição, o Torneio está dividido em 8 Etapas Seletivas regionais e uma Etapa Estadual que reúne as melhores equipes de cada Etapa Seletiva. A cada ano, o Torneio SESI-SP de Robótica baseia-se em um tema diferente proposto pela FIRST (For Inspiration and Recognition of Science and Technology), fundação americana que promove campeonatos de robótica em todo o mundo.
O Título deste ano é “Senior Solutions: Independente, Conectado, Engajado”. Os três primeiros lugares vão para o exterior aprimorar o projeto. Com certeza ficaremos na torcida.
Palmilha
O projeto consiste em um aplicativo para celular e uma palmilha sensorial. A palmilha está acoplada a um celular ou a um computador. Ela é composta por pontos que devem ser pressionados com o pé em uma sequência correta. Quando a pisada é ideal, a palmilha manda uma mensagem para o celular do idoso. Ao abrir a mensagem, a “carinha feliz” aprova o passo, porém, caso o idoso pise de forma inadequada, aparece uma mensagem de alerta para que corrija o passo.
Espera-se que esse sistema criado pelos estudantes, num futuro próximo, possa ser usado em clínicas de reabilitação como forma de avaliação e reabilitação da marcha, além de servir de instrumento para pesquisa nesta área específica.
Um ponto a considerar, talvez o mais relevante, é a contribuição desses jovens pesquisadores para suas próprias velhices. Isso mostra que a sociedade está mudando sua concepção de velhice trazendo respostas para um envelhecimento futuro com qualidade.
Outras invenções
Não é a primeira vez que os estudantes do Sesi de Bauru usam sua criatividade para elaborar tecnologias que beneficiam as pessoas idosas. Um projeto anterior, baseado na montagem de pecinhas aliadas à mecatrônica, simulou o idoso em uma cadeira de rodas. Segundo eles, “Criamos um protótipo que auxilia no acesso de outras plataformas”, permitindo aos idosos “desenvolver situações cotidianas que ficam mais difíceis com o passar dos anos”.
Mais informações sobre o concurso podem ser obtidas no site oficial do evento.
Referências
DO G1 BAURU E MARÍLIA. Alunos de 12 anos criam palmilha especial para idosos em Bauru, SP. Disponível Aqui. Acesso no dia 01/03/2013.
(*)Maria Amélia Ximenes é Terapeuta Ocupacional, com mestrado em Gerontologia e doutorado em Ciências Sociais pela PUC-SP. É docente da Universidade do Sagrado Coração de Jesus, Bauru. E-mail: [email protected]