Ter laços sociais é uma necessidade humana básica e essencial para a sobrevivência, além de combater o isolamento e a solidão.
A volta a esse tema, já discutido anteriormente, vem de uma reflexão quando se percebe o quanto a sociedade está doente nas suas relações de todos os níveis. Seja por consequência da pandemia, que silenciou as cidades no mundo todo, seja porque os conflitos distantes, mas que invadem o noticiário diariamente, mostram a frieza das guerras e dos movimentos criminosos, as boas notícias chegam, mas encontram desalento. Falta de solidariedade, mentiras e golpes constantes fazem com que seja preferível um distanciamento pela falta de confiança nas instituições, com uma predisposição para evitar novos relacionamentos pela iminência de uma justiça pouco efetiva ou relapsa.
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Dificuldades nesse sentido tendem a limitar as saídas de casa, especialmente com a adesão ao home office para muitos trabalhadores, mas talvez sejam as pessoas mais idosas que acabam sofrendo consequências piores no seu envelhecimento pouco ativo e permeado pelo medo do outro. A matéria “O que acontece no seu corpo quando você deixa de sair de casa e se isola”, publicada pelo uol no dia 18/07, traz algumas afirmações.
Viver sozinho e com pouco ou nenhum laço social tem sido cada vez mais comum, e a sugestão das autoridades sanitárias de todo o mundo é que os médicos estejam atentos a esse fenômeno.
É um problema de saúde pública, que pode resultar em muitas perdas funcionais e cognitivas, além de tornar a vida menos interessante, apesar dos muitos estímulos que as grandes cidades oportunizam. Para além disso, a solidão é um estado que afeta até as relações familiares, culminando na perda de contatos intergeracionais, tão importantes para a qualidade de vida.
Isolamento social e solidão são coisas distintas. O primeiro é definido como a baixa frequência de contato social com pessoas da família, amigos, membros da mesma comunidade ou grupo religioso. Já a segunda é um estado emocional descrito como uma percepção subjetiva de tristeza, dor e vazio pela falta de proximidade e interação com outras pessoas.
É possível um pouco de isolamento social sem o sentimento de solidão, situação muitas vezes desejada. Chama-se solitude e proporciona a sensação de ter controle sobre a vida com autoestima, visto ser uma escolha. Mesmo assim, haverá momentos selecionados para as interações positivas.
Sedentarismo, que uma pessoa socialmente isolada já está mais predisposta a sofrer, tem relação com a baixa qualidade do sono e a sensação de cansaço. Soma-se a isso a possível maior exposição às mídias digitais —já que não tem ninguém para conversar—, o que também pode tirar o sono em pessoas mais sensíveis.
Cuidar da saúde física e emocional possibilita uma longevidade mais feliz, com bem-estar social, conforto e segurança. Afinal, “Ter laços sociais é uma necessidade humana básica e essencial para a sobrevivência”. Ao definir como desejamos morar na velhice, é preciso lembrar sempre sobre como receber familiares, amigos e criar novos laços sociais.
Foto destaque de Marcus Aurelius/pexels