Fatores como idade, miopia elevada, hipertensão intraocular e afrodescendência predispõem ao aparecimento do glaucoma, doença que não tem cura.
Os medicamentos usados no tratamento do glaucoma, uma doença oftalmológica que acomete cerca de 3% dos adultos com mais de 40 anos, são remédios de fácil aplicação (colírios), mas que podem trazer sérios efeitos colaterais, exigindo acompanhamento médico. O maior problema para o diagnóstico do glaucoma é ser uma doença assintomática em seus estágios iniciais. E, se não for tratada a tempo, pode levar à perda da visão.
Como é uma doença sem cura e assintomática nos estágios iniciais, a acadêmica Giovanna Bingre, orientada pela professora Regina Andrade da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, alerta para fatores como idade, miopia elevada, hipertensão intraocular e afrodescendência, que predispõem ao aparecimento da doença nos olhos.
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O que é o glaucoma?
Segundo Giovanna Bingre, o “glaucoma é uma doença crônica, sem cura e caracterizada pelo dano das fibras do nervo óptico”. Ocorre pelo aumento da pressão intraocular, com acúmulo de líquido dentro dos olhos. Segundo ela, em estágio mais avançado acontece perda da visão periférica e sintomas como vermelhidão e dor nos olhos, dor de cabeça e náuseas. Não é contagiosa e pode atingir os dois olhos ao mesmo tempo, surgindo após traumas ou até ser congênita, quando já se nasce com o problema.
Como é feito o tratamento para o glaucoma?
A forma mais usada é a de colírio. A medicação pode agir de duas formas: “diminuindo a produção do líquido que temos nos olhos ou ajudando na drenagem”, informa Giovanna Bingre. O remédio mais utilizado é o maleato de timolol que age reduzindo a produção de líquido intraocular. “Sem o acúmulo dele, não tem resistência na drenagem e, logo, há diminuição da pressão nos olhos”, diz.
Contudo, conta Bingre, existem diversas opções de medicamentos e algumas pessoas podem necessitar de combinar mais de um colírio no tratamento, a depender da severidade do glaucoma.
Efeitos colaterais dos tratamentos do glaucoma
Entre os efeitos negativos do uso do maleato de timolol, relata Giovanna Bingre, estão alterações cardiovasculares e reações na pele. Há pessoas que podem sofrer episódios de hipotensão e precisam associar outros colírios ao tratamento. Esses medicamentos também podem ser contraindicados para quem sofre com doença obstrutiva pulmonar, asma brônquica, insuficiência cardíaca e hipersensibilidade à droga.
Pelos riscos, Giovanna Bingre adianta que estas medicações só devem ser usadas com prescrição e acompanhamento médico. São remédios de fácil administração, apenas colírios, mas “o mal uso pode levar a consequências muito graves, incluindo danos a órgãos e em casos muito extremos, à morte”.
Prevenção do glaucoma
Bingre informa que, apesar de não ter cura, o glaucoma se estabiliza com o tratamento, que oferece qualidade de vida aos doentes. Por isso, segundo ela, compensa utilizar os colírios diariamente, seguindo as orientações médicas para diminuir possíveis desconfortos.
Mas, adianta, só a prevenção pode evitar o glaucoma e suas complicações. “O exame para detecção da doença é simples, indolor e rápido”, informa, alertando para a importância de realizar periodicamente consultas ao oftalmologista.
Fonte: Pílula Farmacêutica, apresentada por Kimberly Fuzel e Giovanna Bingre. Produção da professora Regina Célia Garcia de Andrade e Rita Stella e coprodução e Edição da Rádio USP Ribeirão.
Foto destaque de Yaroslav Shuraev/Pexels