Autonomia garante mais qualidade na longevidade

Autonomia garante mais qualidade na longevidade

A autonomia lida com a tomada de decisões e escolha de como lidar com determinadas situações ou emoções, proporcionando mais liberdade e autoestima.


Ao longo da vida, conquistar e preservar a autonomia é o objetivo de qualquer pessoa, pois tomar decisões de acordo com os próprios desejos e necessidades concede mais liberdade e autoestima. Mesmo quando há dependências, seja por deficiências ou pelo aumento da fragilidade com o avanço da idade, manter o poder de decidir é fundamental para um envelhecimento ativo. Muitos recursos da tecnologia com inteligência artificial têm proporcionado mais autonomia, desde compras por e-commerce até serviços de teleassistência, mas principalmente permitindo comunicação mais ágil e segura com familiares e atendimento a emergências.

Recentemente surge, também, uma nova opção de transporte para quem precisa de auxílio porta a porta, em especial para exames e procedimentos necessários à manutenção de rotinas relacionadas à saúde. Embora ainda oferecido apenas em São Paulo, já amplia a possibilidade de garantir autonomia para tomar decisões sem depender de terceiros.

Os aplicativos de transporte já estão presentes na vida de muitas pessoas. Mas aqueles que têm mais de 60 anos, em alguns momentos, precisam de um atendimento diferenciado. O app Eu Vô oferece não apenas o serviço de um motorista exclusivo, como também de um acompanhante em tarefas do cotidiano.

Foto de Ericson Fernandes/Pexels

Escolher sobre como chegar aos locais para tratamentos de rotina, tais como hemodiálise e fisioterapia, aumenta a sensação de autonomia para pessoas com mobilidade reduzida. Mesmo sendo um direito, muitos idosos deixam de ser ouvidos com o passar do tempo, até mesmo sob o argumento de aumentar a segurança e evitar incidentes desagradáveis.

Enquanto independência está atrelado à capacidade física, o que, muitas vezes é limitada pela idade, a autonomia lida com outros pontos. É sobre a tomada de decisões e escolha de como lidar com determinadas situações ou emoções.

É sabido que uma pessoa que deixa de tomar suas próprias decisões passa a depender de outros para isso, reduzindo drasticamente seu interesse pela vida e tendendo a desistir, desenvolvendo quadros de depressão. Podem diminuir a capacidade de se comunicar e evitam a presença de outras pessoas, culminando num quadro de letargia que agrava ainda mais a perda de mobilidade. Há uma fragilidade emocional, tão delicada quanto a física, pois o apoio depende de muita tolerância, compreensão e sensibilidade.

Soluções que facilitem a autonomia, assim como a sua divulgação e treinamento para que sejam utilizadas de modo acessível, certamente são importantes para garantir a qualidade na longevidade, realidade cada vez mais presente e significativa para a sociedade.

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Morar bem oferece saúde física e mental, lembrando que a boa moradia é aquela que atende desejos e necessidades. Portanto, quanto mais autonomia, melhor!

Foto destaque de Kampus Production/Pexels


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Maria Luisa
Maria Luisa Trindade Bestetti

Arquiteta e professora na graduação e no mestrado da Gerontologia da USP, tem mestrado e doutorado pela FAU USP, com pós-doutorado pela Universidade de Lisboa. Pesquisa sobre alternativas de moradia na velhice e acredita que novos modelos surgirão pelas mãos de profissionais que estudam a fundo as questões da Gerontologia Ambiental. https://sermodular.com.br/. E-mal: [email protected]

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Maria Luisa Trindade Bestetti

Arquiteta e professora na graduação e no mestrado da Gerontologia da USP, tem mestrado e doutorado pela FAU USP, com pós-doutorado pela Universidade de Lisboa. Pesquisa sobre alternativas de moradia na velhice e acredita que novos modelos surgirão pelas mãos de profissionais que estudam a fundo as questões da Gerontologia Ambiental. https://sermodular.com.br/. E-mal: [email protected]

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