Dentro das gavetas, que abro e fecho incansavelmente, há muitas recordações, mas o mais importante é que o amor está ali guardado.
Eu agora entendo o fato dela abrir tanto essas gavetas. Também me sinto hipnotizado, abro a primeira, depois a segunda e, por fim, a terceira. Abro e fecho incansavelmente e não paro de me perguntar o porquê de nunca ter questionado a ela o que tanto procurava.
Agora eu sei. Esta pequena cômoda de três gavetas guarda lembranças de uma vida bem vivida. E foi assim até seus últimos dias.
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Os puxadores dourados enobrecem o que ali é guardado.
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Dois filhos, cada um com sua história, cada um com sua gaveta e na primeira delas um relicário da nossa parceria.
Entre as páginas de poesias, flores secas com os cartões que lhe escrevia. Tudo minuciosamente guardado.
Abro a segunda, seguro o pingente com o primeiro dentinho caído da nossa menina e parece que a vejo sorrir com a janelinha na boca.
Fecho, abro, fecho, volto a abrir e seguro com carinho o herói que dei de presente ao Júnior. Ele tinha certeza de que eu era o super-homem.
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Entre sorrisos, o abrir e fechar me atraem como imã. Abro e fecho, abro e fecho, fascinado com tanta recordação, abro fecho em um não cansar de lembrar.
Ah! Minha querida! Eu agora entendo. Dentro dessas gavetas o amor está guardado.
Foto destaque de cottonbro/Pexels
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