Doença de Parkinson: tratamento envolve exercícios e prevenção

Doença de Parkinson: tratamento envolve exercícios e prevenção

A doença de Parkinson é a segunda ocorrência neurodegenerativa progressiva.


Neste mês de conscientização sobre a doença de Parkinson, a Rede Amparo, que faz parte do Centro de Pesquisas, Inovação e Difusão em Neuromatemática (Cepid NeuroMat), está com duas campanhas alinhadas com o objetivo de informar e conscientizar a sociedade sobre as questões que envolvem a enfermidade, em uma jornada feita anualmente com a publicação de vídeos diários sobre o tema.

Além dessa iniciativa, também é desenvolvida a campanha Exercitar para Pré-habilitar, lançada no dia 11 de abril, Dia Mundial da Doença de Parkinson. A professora Maria Elisa Pimentel Piemonte, do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional (Fofito) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) da Universidade São Paulo (USP), é quem explica detalhadamente o assunto.

Tratamento

A doença de Parkinson é a segunda ocorrência neurodegenerativa progressiva mais frequente no mundo, perdendo só para o Alzheimer. Até os dias de hoje, não foi descoberta a sua cura e, segundo a especialista, todos os tratamentos são voltados para tentar manter ou melhorar a qualidade de vida das pessoas que vão conviver com a doença de Parkinson. Ela explica que, apesar dessa frequência, a doença é uma condição com a qual o paciente pode chegar até quatro décadas de convivência.

Por essa situação de longevidade do paciente com o Parkinson, a professora considera importante pensar em tratamentos além dos medicamentosos, garantindo assim uma melhor qualidade de vida para o paciente. “É muito importante que se faça uma combinação e tratamentos. A etapa medicamentosa é a base de tudo. Mas é importante incluir as terapias que chamamos de adjuvantes. São elas: fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia. Uma série de terapias que ajudam na manutenção da qualidade de vida dessas pessoas e de suas famílias”, afirma.

Diagnóstico

De acordo com a docente, o diagnóstico da doença de Parkinson é de difícil percepção em seus estágios iniciais. Ela conta que a condição é marcada pela degeneração de um conjunto de neurônios de uma estrutura específica: “Esse processo começa de uma forma insidiosa, gerando algumas alterações que são inespecíficas. Em outras palavras, elas podem estar presentes em várias outras doenças: perda de olfato, alterações na qualidade do sono, alterações de humor, alterações na atenção. Todos são sintomas iniciais do Parkinson, porém, são insuficientes para resultar em um diagnóstico”.

“Normalmente, o diagnóstico só é possível quando começam os sintomas motores, o que pode levar de 10 a 20 anos após o início do processo degenerativo. Por isso, os diagnósticos da doença de Parkinson são considerados tardios”, comenta.

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O trabalho da rede Amparo

Conforme afirma a docente Maria Elisa, o trabalho da rede Amparo está dividido em duas campanhas. A Jornada por Dentro da Doença de Parkinson acontecerá apenas no mês de abril e consiste em uma série de vídeos educativos adaptados para as redes sociais. “Estamos veiculando vídeos curtos diários, contando um pouco sobre a doença, propondo uma translação da linguagem científica para uma linguagem mais coloquial. Assim, conseguimos atingir o nosso público-alvo, que são as pessoas que vivem com a doença e seus familiares. A intenção é atingir o público mais amplo possível e difundir ainda mais essas informações”, detalha.

Além desse projeto, está correndo uma outra campanha, chamada Exercitar para Pré-Habilitar. Essa campanha ocorre anualmente e se estende pelo ano inteiro, sendo a principal iniciativa da rede Amparo. A professora detalha as atividades do programa: “Se trata de uma proposta de uma mudança de conceito. Todos nós já sabemos sobre os benefícios dos exercícios na população em geral”. Entretanto, segundo a professora, para um contexto de uma doença neurodegenerativa, é necessário mudar o conceito de que o exercício deve ser inserido para reabilitar algo que já representa uma dificuldade. Isso porque, dentro desse conceito, nós estamos sempre correndo atrás do prejuízo.

“Então, a proposta do projeto é que se comece a construir o que chamamos de reserva motora. Ou seja, começar os exercícios o mais precocemente possível desde o diagnóstico. Para exercitar uma série de competências motoras que vão construir uma reserva funcional. Assim, conforme a doença evolui, será possível ir resgatando habilidades dessa reserva“, finaliza.

Fonte: Jornal da USP 

Foto de Rollz International/pexels.

Atualizado dia 18/4 às 9h08


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