Universidades investigam como a transformação demográfica afeta nossa sociedade e que tipo de políticas públicas os governos estão implementando ante a longevidade
La participación política y ciudadana de las personas mayores foi tema da mesa inaugural do “I Congresso Internacional de Longevidade – Políticas Públicas sobre Envelhecimento”, realizado de 22 a 24 de novembro, e promovido pela Universidade de Valência (Espanha), Universidade Federal de Viçosa e Universidade Federal da Amazônia (Brasil), entre outras instituições. A mesa contou com autoridades que lançaram as bases das reflexões e debates empreendidos durante o evento e contribuíram com informações sobre o envelhecimento populacional em suas localidades.
O I Congresso Internacional sobre Políticas Públicas para o Envelhecimento se propõe a criar um espaço de encontro de estudiosos da temática para conhecer as últimas investigações, e desenvolver uma rede de especialistas relacionados à área da qual possam surgir outras sinergias de colaboração. Os poucos congressos sobre envelhecimento situam-se no campo da saúde sob a ótica de disciplinas médicas, como a geriatria.
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O evento contribui como elemento diferenciador: a introdução do paradigma transversal das políticas públicas face ao envelhecimento. Ou seja, desenvolver uma perspectiva holística no campo da pesquisa, enraizada no impacto socioeconômico desse fenômeno.
A conferência foi apresentada pelo Ministro de Universidades da Espanha, Joan Subirats, que definiu os contornos do fenômeno do envelhecimento mais além de seu país, ressaltando sua participação em razão de sua atividade como pesquisador de políticas públicas e experiências na área de envelhecimento – menos em razão da função atual relacionada às universidades.
Subirats entende a contemporaneidade como momento de crise da organização linear da vida social, iniciada no nascimento, seguida por fase de formação, vida adulta laboral, descanso e preparação para a morte. Atualmente é inegável a existência de um processo contínuo de formação, quando temos a consciência de que há diferentes tipos de trabalho e a lógica de três principais ciclos vitais é colocada em questão.
De acordo com Subirats, a mudança na visão de que a vida produtiva acabava em certo momento e criava pessoas inúteis implica transformações na idade da aposentadoria que perde seu sentido e determina grande variedade das pessoas idosas dotadas de uma rara multiplicidade de características. Também se modificam as relações patriarcais hierárquicas e as pessoas idosas são vistas em sua grande diversidade – o que é definidor do foco das políticas públicas.
Aumento da população idosa
O ponto de interseção das palestras de representantes de vários países foi o intenso e contínuo aumento da população idosa desde o século passado. Esta tendência de envelhecimento da população está modificando as estruturas sociodemográficas das sociedades. De acordo com os últimos relatórios das Nações Unidas, espera-se que em menos de 30 anos, 16% da humanidade tenha mais de 65 anos. Em outras palavras, uma em cada seis pessoas no mundo chega à velhice.
A Espanha está na vanguarda dos países do mundo com maior expectativa de vida ao nascer. E, diante dessa realidade, um grupo internacional multidisciplinar de pesquisadores, da Faculdade de Economia Aplicada da Universidade de Valência, da Universidade Federal de Viçosa, da Universidade Federal da Amazônia e de outras instituições, investiga os impactos dessa transformação demográfica e a diferentes respostas que, na perspectiva do envelhecimento ativo e saudável, têm sido dadas pela administração pública. Como essa transformação demográfica afeta nossa sociedade? E que tipo de políticas públicas os governos estão implementando diante de tal desafio?
O evento contou com palestrantes de Espanha, Portugal, Brasil e México e participantes de Colômbia, Cuba e Suécia, que falaram sobre: Espaços políticos híbridos: o papel da sociedade, do governo e da família; O que entendemos por velhice?; Velhice, um bem socioeconômico; O idoso nas sociedades tradicionais; Desafios e avanços das políticas públicas de saúde e cuidado na idade idosa, entre outros temas. Muito conhecimento diverso compartilhado e algumas questões em comum formaram um amplo leque de saberes bem fundamentados e desenharam um panorama do envelhecimento em uma parte do mundo.
Representações institucionais na inauguração do Congresso
Entre as diversas personalidades presentes no “I Congreso Internacional de longevidad”, estão: Rosa Roig – Directora del Congreso, Profesora de la Universitat de València; Maria Betânia de Carvalho Fidalgo Arroyo – Rectora de la Universidade de Amazônia (UNAMA); Rejane Nascentes – Vicerrectora de Universidade Féderal de Viçosa; Enrique García Veja – Jefe de Unidad Organización Panamericana de la Salud/Organización Mundial de la Salud (OPS/OMS); Aitana Mas – Vicepresidenta Igualdad y Consejera de Igualdad y Políticas Inclusivas de la Generalitat Valenciana; Joan Subirats – Ministro de Universidades, Gobierno de España; Joaquín Aldás Manzano – Vicerrector de Planificación, Calidad y Tecnologías de la Información; e Mavi Mestre – Rectora de la Universitat de València, España.
Foto destaque de Alcides Freire Melo