Características arquitetônicas necessárias para o sucesso de uma residência sênior

Características arquitetônicas necessárias para o sucesso de uma residência sênior

É fundamental a residência estar próxima a centros de saúde e com fácil acesso para os familiares.


Há aspectos importantes quando se projetam edificações destinadas a residenciais para pessoas idosas. Evidentemente, um edifício só funciona quando há pessoas, e neste caso, que ofereçam uma assistência adequada e dedicada. Mas para que atendam efetivamente aos moradores e seus familiares, a localização é um fator fundamental, pois depende de aspectos que podem se tornar argumentos importantes para a escolha do terreno. O arquiteto espanhol Carlos Sánchez Gómez discorreu sobre essas características na escolha de uma boa localização:

Do ponto de vista econômico a resposta parece ser clara, os custos de gestão por lugar em qualquer residência são sempre semelhantes, mas a facilidade de ocupação e a tarifa não estão na mesma proporção, pelo que deste ponto de vista todos os grandes investidores parecem concordar que cidades com mais de 80 mil habitantes e com bom poder aquisitivo sejam prioridade para novos empreendimentos.

É importante considerar a população da cidade, pois serão esses cidadãos os principais interessados. De acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), calcula-se 5 camas por cem habitantes, mas a sociedade brasileira ainda resiste às moradias institucionais por preconceito ou desconhecimento. A localização próxima a centros de saúde e com fácil acesso para os familiares são fatores que fazem a diferença na escolha do terreno. Segundo o arquiteto:

É muito importante lembrar que o que procuramos é que o idoso se sinta em casa, e não num hospital ou edifício de caridade. Para isso, a primeira coisa é compreender o ambiente e principalmente a sua escala e a sua imagem arquitetônica para se adaptar a ele. Não se trata de misturar-se apenas em acabamentos e materiais, mas em ritmos, volumes, alturas, etc.

De acordo com o autor, é preciso conhecer detalhadamente as condições do clima e do terreno, de modo a aproveitar suas qualidades para maior conforto ambiental e bem-estar dos moradores. Carlos Sánchez Gómez assinala ainda que,

Desta forma, propomos a utilização de pátios interiores que melhoram a ventilação e facilitam a criação de espaços frescos. Também projetamos alpendres, galerias e pérgulas que proporcionam sombra e permitem a vida ao ar livre.

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Mas ambiências equilibradas envolvem o espaço físico e a apropriação pelos moradores, portanto a moradia deve oferecer calor humano através de relacionamentos positivos. Para o arquiteto,

Estas mudanças não procuram apenas melhorar a qualidade de vida dos residentes, mas também promover uma maior interação social e emocional, fazendo com que estas residências sejam locais para viver e não instituições para acolher.

É importante considerar essas características arquitetônicas para o sucesso de uma residência sênior, especialmente na perspectiva das mudanças necessárias para oferecer boas alternativas de moradia na velhice.

Foto de Mehmet Turgut Kirkgoz/pexels.


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Maria Luisa Trindade Bestetti

Arquiteta e professora na graduação e no mestrado da Gerontologia da USP, tem mestrado e doutorado pela FAU USP, com pós-doutorado pela Universidade de Lisboa. Pesquisa sobre alternativas de moradia na velhice e acredita que novos modelos surgirão pelas mãos de profissionais que estudam a fundo as questões da Gerontologia Ambiental. https://sermodular.com.br/. E-mal: [email protected]

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Arquiteta e professora na graduação e no mestrado da Gerontologia da USP, tem mestrado e doutorado pela FAU USP, com pós-doutorado pela Universidade de Lisboa. Pesquisa sobre alternativas de moradia na velhice e acredita que novos modelos surgirão pelas mãos de profissionais que estudam a fundo as questões da Gerontologia Ambiental. https://sermodular.com.br/. E-mal: [email protected]

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