Com a tendência de multiplicação da população idosa com o passar dos anos, é preciso se discutir a Doença de Alzheimer e outras demências e, principalmente, sua prevenção e tratamento. O que devo fazer hoje para que eu não tenha problemas no futuro, ou, pelo menos, demore a apresentá-los?
É comum que as pessoas se preocupem com o envelhecimento e os problemas que a idade traz. Eu mesma, nos meus 23 anos, já me pego pensando em como mudar hábitos para ser uma pessoa mais saudável quando já estiver beirando os 60 anos ou mais. Não que a idade seja algo assustador, afinal, ela mostra que passamos por grandes experiências e somos donos de grandes histórias. No entanto, pensar na velhice é pensar em como produzir um bom adubo para a plantação para que a colheita seja a melhor possível no futuro.
Com essa breve introdução chego ao foco deste texto. A Doença de Alzheimer é tratada por muitos como uma demência avassaladora, que acaba com a pessoa atingindo os familiares ao redor. Entretanto, este pensamento está equivocado. Pensar no Alzheimer é preciso, mas não pode se ter medo. É preciso ter cuidados, pesquisar tudo sobre a demência e, principalmente, em como retardá-la, amenizá-la e tratá-la da melhor forma possível.
Daqui em diante a tendência é de que a população idosa aumente cada vez mais. Para se ter ideia, em 2050 teremos mais idosos do que crianças menores de 15 anos. Daí se dá a enorme necessidade de se pensar na Doença de Alzheimer e em outras demências com o olhar da prevenção: o que devo fazer hoje para que eu não tenha problemas no futuro, ou, pelo menos, demore a apresentá-los?
No caso do Alzheimer, por exemplo, a certeza, até então, é da inexistência de cura. Mesmo assim, é possível retardá-la, amenizá-la por um determinado período de tempo e tratá-la por meio de ações simples como exercícios físicos e mentais, além de uma boa alimentação, boa convivência familiar e social e, uso de medicamentos prescritos.
A atividade física, neste caso, tem papel fundamental já que proporciona mais autonomia e disposição aos idosos, além de ajudar a melhorar suas capacidades funcionais. Os exercícios físicos também são essenciais por melhorarem a função cognitiva que fica mais veloz com o aumento do fluxo sanguíneo. Ou seja, uma ação simples traz grandes benefícios.
Outra boa iniciativa de prevenção está atrelada às atividades cognitivas, que podem ser exploradas com um passeio ao parque, ao museu, ou outros locais de lazer. Aqui também estão inclusas conversas, jogos com a família, entre outras atividades que contribuam com a aquisição de conhecimento.
A alimentação é outro ponto importante no trabalho de prevenção da Doença de Alzheimer e demais problemas relacionados à idade. Uma boa saída, segundo estudos, é uma dieta repleta de antioxidantes, encontrados principalmente em frutas e verduras. Esse composto ‘bioativo’ pode, por exemplo, modificar fatores como hipertensão, diabetes e obesidade, fatores de risco para a doença, permitindo retardar o declínio cognitivo.
Ou seja, as intervenções nutricionais possuem grande potencial na prevenção da Doença de Alzheimer e a inclusão de frutas e vegetais, além de cereais, azeite, peixes, entre outros alimentos, são bons aliados nesta caminhada.
Portanto, não tenha medo de ficar mais velho e nem do que o futuro tem a lhe proporcionar. Plante bem hoje que, sem dúvida, uma colheita boa pode estar por vir.
Referências
BRASIL. Secretaria dos Direitos Humanos. Dados sobre o envelhecimento no Brasil. Disponível em https://www.sdh.gov.br/assuntos/pessoa-idosa/dados-estatisticos/DadossobreoenvelhecimentonoBrasil.pdf.
CARRETTA M.B.; SCHERER S. Perspectivas Atuais na Prevenção da Doença de Alzheimer. Estud. interdiscipl. envelhec., Porto Alegre, v. 17, n. 1, p. 37-57, 2012. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/RevEnvelhecer/article/viewFile/14368/23187.