A vida em comunidade: solução de moradia na velhice?

A vida em comunidade: solução de moradia na velhice?

A vida em comunidade pode ser uma solução de moradia para pessoas idosas, pois racionaliza custos e torna a velhice mais confortável e segura.


Soluções de compartilhamento têm sido adotadas a cada dia mais, especialmente com foco na economia dos recursos financeiros e na racionalização das atividades rotineiras, na busca de bem-estar e segurança. Podemos falar de compras coletivas em comércio atacadista e dos espaços coworking, assim como do compartilhamento de viagens por aplicativo. Mas é na moradia que algumas soluções são oferecidas para atender essa mudança de comportamento, indo desde apartamentos em condomínios com serviços até o co-living, semelhante às repúblicas de estudantes, mas com estrutura complementar que estende o espaço privado, geralmente bastante restrito.

De acordo com o arquiteto Eduardo Souza, o mercado imobiliário percebeu a necessidade de soluções de compartilhamento considerando uma vivência comunitária, oferecendo essa alternativa de moradia para pessoas que apreciem a possibilidade de ocuparem espaços de modo coletivo. É o que assinala a matéria Co-living “de marca”: um espaço para comunidade ou conformidade?, escrita por Ankitha Gattupalli e publicada em maio de 2023 no ArchDaily.  

Transformações sociais dramáticas, como pandemias e avanços tecnológicos, exigem mudanças dramáticas nos estilos de vida. Os arquitetos continuam explorando e propondo novos modelos de habitação, sempre atendendo às necessidades mais recentes da sociedade. (…) Redefinindo a maneira como as pessoas vivem, o co-living busca fornecer uma forma de habitação social econômica. Embora amplamente voltada para as gerações mais jovens, a indústria de co-living está evoluindo para atender a vários grupos e nichos.

Viver em comunidade pode ser mais viável para jovens, por ser uma solução temporária e haver maior tolerância às idiossincrasias. Para pessoas mais velhas, hábitos e rotinas já consolidados podem dificultar a adaptação a convivências muito próximas, em salas de estar, ambientes de trabalho e outros espaços comuns. Mas há benefícios relacionados a possibilidades pós-aposentadoria, sendo a proximidade com outros uma oportunidade de trocas positivas.

Não perca nenhuma notícia!

Receba cada matéria diretamente no seu e-mail assinando a newsletter diária!

As atuais opções de moradia para idosos, como comunidades de aposentados e lares de idosos, lutam para proporcionar aos seus residentes um senso de coesão social. O co-living repensa o atual paradigma da aposentadoria ao permitir que os moradores trabalhem, estudem e participem da sociedade. Os interesses semelhantes das gerações mais velhas em comunidade, segurança e experiências enriquecedoras se alinham com os benefícios do co-living.

A vida em comunidade pode ser uma solução de moradia para pessoas idosas a partir da percepção que a atual dinâmica da sociedade, onde o trabalho absorve o tempo dos familiares, leva ao isolamento e a dificuldades de aproximação com outras pessoas em circunstâncias semelhantes. Morar em um co-living certamente exige tolerância e vontade de conviver com outros residentes, mas pode ser uma solução que racionaliza custos e torna a velhice mais confortável e segura.

Foto destaque de Mart Production/pexels.


Maria Luisa
Maria Luisa Trindade Bestetti

Arquiteta e professora na graduação e no mestrado da Gerontologia da USP, tem mestrado e doutorado pela FAU USP, com pós-doutorado pela Universidade de Lisboa. Pesquisa sobre alternativas de moradia na velhice e acredita que novos modelos surgirão pelas mãos de profissionais que estudam a fundo as questões da Gerontologia Ambiental. https://sermodular.com.br/. E-mal: [email protected]

Compartilhe:

Avatar do Autor

Maria Luisa Trindade Bestetti

Arquiteta e professora na graduação e no mestrado da Gerontologia da USP, tem mestrado e doutorado pela FAU USP, com pós-doutorado pela Universidade de Lisboa. Pesquisa sobre alternativas de moradia na velhice e acredita que novos modelos surgirão pelas mãos de profissionais que estudam a fundo as questões da Gerontologia Ambiental. https://sermodular.com.br/. E-mal: [email protected]

Maria Luisa Trindade Bestetti escreveu 83 posts

Veja todos os posts de Maria Luisa Trindade Bestetti
Comentários

Os comentários dos leitores não refletem a opinião do Portal do Envelhecimento e Longeviver.

-->

Conecte-se com a gente

LinkedIn
Share
WhatsApp
Follow by Email
RSS