A velhice chega à sala de estar da política

Luiz Inácio Lula da Silva ouviu representantes de sindicatos, associações, intelectuais, sobre como colocar o envelhecimento na pauta política.


Demorou, mas finalmente a velhice chega para um candidato à presidência, não a velhice cronológica, essa chega para todos, mas o tema da velhice. Luiz Inácio Lula da Silva reuniu representantes de sindicatos, associações, intelectuais, pesquisadores, enfim, um bando de adultos, velhos-velhos e velhos-jovens (aqueles que negam a velhice, se gabam de ter um espírito ou uma cabeça com metade dos anos contabilizados por Cronos e, assim, seguem alimentando o preconceito, o idadismo). Um passo acanhado, mas histórico, e Lula é a pessoa certa, pois comandou o governo que mais atenção dedicou às causas sociais, um velho sensível e capaz de implementar boas políticas públicas para a velhice.

Oriundo do movimento sindical, ao falar em velho pensa logo na figura do aposentado. Disso Lula entende, pois criou a associação dos aposentados de sua categoria, em São Bernardo do Campo (SP). No seu governo, lançou o Ministério da Previdência e, literalmente, acabou com as filas gigantescas nas portas das agências do INSS. Durante o encontro, prometeu retornar com o ministério liquidado por Bolsonaro, um velho que não tem a menor simpatia ou preocupação com a velhice, que nega com sua postura machista e discurso de imbrochável.

Lula também pretende retomar programas como a Farmácia Popular, a distribuição de fraldas geriátricas, enfim, olhar para a velhice como um cuidador. Por falar em cuidados, mostrou-se antenado com os novos tempos e declarou a necessidade de investir na formação de cuidadores e cuidadoras, profissão vetada por Bolsonaro. Porém, espera-se muito mais de um governo nessa área, pois hoje existem duas realidades, pessoas idosas que necessitam de cuidados, é fato, mas um grande contingente ativo, em plena condição de seguir produzindo. Para esse contingente faltam políticas públicas, acolhimento, espaço para que sigam desenvolvendo seus talentos. Mauro Montoryn, defensor da longevidade cidadã, disse: “Não podemos ser desperdiçados, necessitamos de uma política consequente para a pessoa idosa.”

Alexandre Kalache, que atuou na OMS, depois de entregar o documento “Compromisso por uma longevidade cidadã – Programa de Metas)” elaborado por um grupo de profissionais que atua com a longevidade, e falar sobre os pilares do envelhecimento ativo, disse acreditar que com Lula a pessoa idosa voltará a ter perspectivas de envelhecer com direitos e dignidade. Lula ouviu mais meia dúzia de representantes de sindicatos, mas basicamente aqueles que atuam em associações de aposentados, e se propôs a olhar com carinho para esse segmento que já representa mais de 20% do eleitorado.

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O Portal do Envelhecimento, como um site de divulgação do envelhecimento e referência na área, esteve presente e contribuiu para a discussão, oferecendo um exemplar do livro Longeviver, Políticas e Mercado – Subsídios para Profissionais, Educadores e Pesquisadores que, se a equipe do ex-presidente ler com atenção encontrará um manancial de boas ideias a serem implementadas.  

Aliás, foi o único encontro com um candidato a presidente da república para o qual o Portal do Envelhecimento foi convidado.

Assista na íntegra as propostas apresentadas nesse encontro.

Mário Lucena

Jornalista, bacharel em Psicologia e editor da Portal Edições, editora do Portal do Envelhecimento. Conheça os livros editados por Mário Lucena.

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