A marcha nos idosos

A marcha nos idosos

As alterações da marcha acompanham o envelhecer, por isso é importante manter independência, coordenação, força muscular, equilíbrio e flexibilidade.

 

Quando pensamos no envelhecimento, lembramos de eventos que podem ocorrer com certa frequência entre os indivíduos de mais idade, como quedas. Mas, muito desses eventos estão ligados em maior proporção com a marcha (andar/locomover).

A locomoção é o ato do indivíduo se mover dentro de um espaço geográfico. A marcha é o conjunto de movimentos corporais repetidos a cada passo e a responsável pela locomoção, sendo uma tarefa funcional que exige coordenação entre diferentes articulações corporais, sendo os principais os de membros inferiores.

A marcha depende de vários sistemas e estímulos, como: musculoesquelético, neurológico, cardiovascular, estímulos visuais, auditivos, sensoriais, vestibulares, motores e o equilíbrio. Sua função é através da locomoção promover: estabilidade, apoio, absorção de choques e conservação de energia.

A marcha ocorre por uma série de fases alternadas entre fases de apoio e balanço, onde os braços se movimentam em sentindo contrário às pernas para manter o equilíbrio. A fase de apoio se subdivide em 4 fases, sendo elas: resposta à carga, apoio intermediário, apoio terminal e pré-balanço. Sendo que nesse período há momentos de apoio unipodal e bipodal. A fase de balanço é subdividida em 3 etapas: balanço inicial, intermediário e terminal.

Algumas alterações ocorrem devido ao envelhecimento. Podemos pensar na modificação da postura ereta visando o alinhamento postural. As principais alterações manifestadas com o avanço da idade incluem aumento da curvatura cifótica da coluna torácica, diminuição da lordose lombar, aumento do ângulo de flexão do joelho, o deslocamento da articulação coxofemoral para trás e a inclinação do tronco para frente.

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Quando falamos diretamente na marcha, as alterações são: velocidade reduzida, comprimento da passada e cadência diminuído, diminuição da altura do passo, aumento do tempo de duplo apoio, diminuição da amplitude de movimento nas articulações de quadril, joelho e tornozelo e diminuição da dissociação de cinturas.

Outros fatores que também podem alterar essa marcha são: perda de massa muscular, forçar muscular, encurtamentos musculares, rigidez e déficit de equilíbrio. Devido a essas alterações a pessoa idosa pode ficar mais dependente, necessitando assim de auxílio de outras pessoas ou de dispositivos auxiliares de marcha, apresentando mais instabilidade e queda. Estudos demonstram que as quedas estão relacionadas com alterações da marcha.

Além das alterações que são fisiológicas do envelhecimento, outras podem surgir ou se agravarem após alguma patologia. Devido à necessidade de nos prepararmos para um melhor envelhecer, mais ativo e saudável, é importante manter independência, coordenação, força muscular, equilíbrio e flexibilidade. Esses fatores podem ser mantidos ou/e melhorados com exercícios, por isso é aconselhável passar por uma avaliação e acompanhamento.

De acordo com kirkwood et al. (2007), “as alterações da marcha são problemas frequentes à medida que envelhecemos. Melhorar ou mesmo manter uma marcha funcional é uma tarefa desafiadora e de grande preocupação para os profissionais da área da saúde”.

Referências

BIANCHI, A.B; OLIVEIRA, J.M; BERTOLINI, S.M.G.G. Marcha no processo de envelhecimento: Alterações, Avaliação e Treinamento. Revista Uningá. v.45: 52-55, Jul 2015.

KIRWOOD et al. Análise biomecânica das articulações do quadril e joelho durante a marcha em participantes idosos. Acta ortop bras. v.15, n.5, p:267-271, 2007.

PAIXÃO JÚNIOR, Carlos Montes; HECKMAN, Marianela F. de. Distúrbios de Postura, quedas e marcha. In: FREITAS, Elizabete Viana et al. Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

 

Andreia de Sousa

Fisioterapeuta formada pela Universidade Paulista, com Especialização em Gerontologia pelo HCFMUSP, realiza atendimento fisioterapêutico de idosos em atendimentos domiciliares e em residenciais de idosos. Idealizadora da página ‘Geronto Por Amor’ @gerontoporamor do Instagram. E-mail: [email protected].

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Fisioterapeuta formada pela Universidade Paulista, com Especialização em Gerontologia pelo HCFMUSP, realiza atendimento fisioterapêutico de idosos em atendimentos domiciliares e em residenciais de idosos. Idealizadora da página ‘Geronto Por Amor’ @gerontoporamor do Instagram. E-mail: [email protected].

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