O envelhecimento é um processo que implica no acúmulo de experiências vividas. Pensar na longevidade nos ajuda a refletir sobre questões da vida.
Vania Alencar Cordeiro de Farias (*)
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Nunca na história da humanidade a vida foi tão longa. Sob esta ótica, é notório que desde o século XIX a expectativa de vida está aumentando continuamente. Contudo, ao refletir sobre a longevidade humana, não devemos apenas pensar em quantidade de anos a serem vividos. Acredito que devemos seguir o lema da Sociedade Americana de Gerontologia, que é “dar mais vida aos anos, e não mais anos à vida”.
De fato, pode ser reconfortante pensar que é possível viver mais e, consequentemente, é provável que tenhamos mais tempo para realizar nossos projetos de vida, para ampliar nossas metas ou que teremos maiores probabilidades de concretizar nossos sonhos.
Entretanto, é fundamental analisarmos também sob o aspecto da qualidade da nossa vida, pois a longevidade deve vir acompanhada de significado para nossa existência, bem como de desejos. Assim, podemos afirmar que pensar no processo de envelhecimento também nos ajuda a refletir sobre nossas questões íntimas.
Ainda que seja difícil escrever sobre a velhice com precisão, pois frequentemente nos vemos distantes ainda desta etapa de vida, é preciso refletir sobre o que é ser idoso/idosa e sobre como compreender melhor essa fase, que provoca uma série de sentimentos e mudanças corporais. Afinal, o processo de envelhecimento está estampado no corpo, posto que é perceptível a partir do desenvolvimento das linhas de expressão e do embranquecer dos cabelos.
Para além dessas mudanças, o envelhecimento é um processo que implica no acúmulo de experiências vividas, de desejos realizados e de sonhos.
Ao entendermos o processo de envelhecimento, podemos ponderar sobre essas vivências e, inclusive, mudar nossas atitudes perante o próximo e a nós mesmos, hoje e amanhã. Em última instância, refletir sobre o envelhecimento, sobretudo o envelhecimento saudável, e sobre qualidade de vida, é pensar a vida em todos os seus aspectos até o fim. Afinal, reconhece-se que envelhecer é um privilégio que deve ser valorizado.
(*) Vania Alencar Cordeiro de Farias – Reflexão realizada no curso “Fragilidades: o envelhecimento sob a perspectiva da gerontologia social”, promovido pelo Espaço Longeviver/Portal do Envelhecimento, no segundo semestre de 2022.
Foto destaque de cottonbro studio/pexels