A importância de atividades cognitivas para pessoas com Doença de Parkinson

A importância de atividades cognitivas para pessoas com Doença de Parkinson

Em relação à cognição, as principais funções afetadas em pessoas com Doença de Parkinson são atenção, funções executivas e visuoespaciais.


Por Gabriela dos Santos e Thais Bento Lima da Silva (*)

De acordo com informações publicadas pelo Ministério da Saúde, a Doença de Parkinson é uma doença neurológica progressiva que compromete os movimentos, causando tremores, lentidão, rigidez muscular, desequilíbrio e alterações na fala e na escrita.

O Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia, destaca ainda, que demência, alucinações visuais e sintomas psicóticos são comuns na fase avançada da doença.

A Doença de Parkinson ocorre devido à degeneração das células da substância nigra, região do cérebro responsável pela produção de dopamina, neurotransmissor essencial para o controle motor.

A redução da dopamina resulta nos sintomas característicos da doença. Em relação à cognição, as principais funções afetadas são atenção, funções executivas e visuoespaciais.

São recomendados dois níveis diagnósticos para a investigação da Doença de Parkinson:

1) testes cognitivos, aplicados por profissionais habilitados, mas que não precisam ser especialistas;

2) avaliação neuropsicológica mais detalhada realizada por especialistas. Também são recomendados exames laboratoriais mais específicos, inclusive para exclusão de outras patologias possíveis.

O tratamento para os sintomas da Doença de Parkinson, além de medicamentoso, envolve o uso de estratégias não farmacológicas, com exercícios físicos (aeróbicos, de resistência e equilíbrio), atividades ocupacionais e estimulação cognitiva.

A Associação Brasil Parkinson, por exemplo, disponibiliza um e-book gratuito com recomendações de atividade e exercícios físicos para a pessoa com Doença de Parkinson.

As atividades cognitivas podem incluir:

Realizar exercícios de orientação temporal: Questionar frequentemente o dia, mês, ano e horário contribui para a manutenção da percepção temporal.

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Desenvolver exercícios intelectuais: Jogos de tabuleiro, palavras cruzadas, caça-palavras, entre outros.

Aprender novas habilidades: O aprendizado de idiomas ou música promove a formação de novas conexões neurais.

Atividades artísticas: Pintura e artesanato incentivam a criatividade e a coordenação motora.

Uso de tecnologias digitais: Aplicativos e jogos de estimulação cognitiva exercitam memória, atenção e raciocínio lógico.

Apesar de os exercícios poderem ser realizados de forma autônoma, o acompanhamento de um profissional é imprescindível para garantir a execução correta e segura das atividades, maximizando seus benefícios e prevenindo eventuais complicações. O suporte de profissionais especializados e o incentivo dos familiares são fundamentais para a adesão às práticas cognitivas, contribuindo para uma melhor qualidade de vida.

Referências
ASSOCIAÇÃO BRASIL PARKINSON. O que é Parkinson? Disponível em: https://www.parkinson.org.br/sobre-parkinson. Acesso em: 07 fev. 2025.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Doença de Parkinson. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/doenca-de-parkinson/. Acesso em: 07 fev. 2025.
PARMERA, J. B. et al.. Diagnóstico e manejo da demência da doença de Parkinson e demência com corpos de Lewy: recomendações do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia. Dementia & Neuropsychologia, v. 16, n. 3, p. 73–87, set. 2022.DOI 10.1590/1980-5764-DN-2022-S105PT. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-5764-DN-2022-S105PT. Acesso em: 07 fev. 2025.
SOUSA, Jaqueline Aparecida Alberti de. Efeitos de um programa de estimulação cognitiva sobre funções executivas e atividades de vida diária em idosos com doença de Parkinson: estudo piloto. 2020. Dissertação (Mestrado em Neurociências e Comportamento) – Instituto de Psicologia, University of São Paulo, São Paulo, 2020. doi:10.11606/D.47.2020.tde-24022021-142035. Acesso em: 2025-02-07.
TSUKITA, K.; SAKAMAKI-TSUKITA, H.; TAKAHASHI, R. Long-term effect of regular physical activity and exercise habits in patients with early Parkinson disease. Neurology, v. 98, n. 8, p. e859-e871, 2022.

(*) Gabriela dos Santos – Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP), Graduada em Gerontologia pela USP, com Extensão pela Universidad Estatal Del Valle de Toluca. Membro do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo. E-mail: [email protected].
Thais Bento Lima da Silva – Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Mestra e Doutora em Ciências com ênfase em Neurologia Cognitiva e do Comportamento, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Docente do curso de Bacharelado e de Pós-Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É parceira científica do Método Supera. Coordenadora do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo. E-mail: [email protected]

Foto de Jsme Mila/pexels.


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