O problema que orienta os estudos da velhice presentes neste livro, intitulado Velhice: uma estética da existência, de Silvana Tótora, é o da potência da velhice. Diferentemente de uma conduta preventiva da vida com vistas à velhice com “qualidade de vida”, a autora afirma a liberação da velhice para o acontecimento da vida. Deixar fluir a vida para a invenção de modos singulares de existência.
Velhice: uma estética da existência, de Silvana Tótora, contraria a conhecida suposição de que envelhecer é principalmente perder. O livro (Educ/Fapesp) assinala que a velhice é vista como um acontecimento, um destino, mas, também, como um experimento. Para isso, vários autores foram convocados, tais como filósofos herdeiros da tradição nietzschiana, como Foucault, Deleuze e Guattari, além dos poetas Manoel de Barros e Hilda Hilst, escritores e cineastas.
É um convite à não resignação diante da busca de caminhos para celebrar o fato de estar vivo, incluindo suas penas e alegrias (Prefácio de Denise Bernuzzi de Sant’Anna).
Silvana Tótora vem escrevendo sobre a velhice e o envelhecimento há mais de uma década. Segundo ela, na própria introdução, a escrita da obra acompanhou as transformações do seu corpo, em que “foram vários e diferentes os encontros experimentados”.
O problema que orienta os estudos da velhice presentes neste livro é o da potência da velhice. Diferentemente de uma conduta preventiva da vida com vistas à velhice com “qualidade de vida”, a autora afirma a liberação da velhice para o acontecimento da vida. Deixar fluir a vida para a invenção de modos singulares de existência.
Elisabeth Mercadante, na orelha, considera importante a leitura deste por tratar-se de uma reflexão original e critica sobre questões relativas à velhice e como explica a autora sobre seu livro, “que é um autêntico experimento tanto na linguagem, quanto no tratamento do problema que o orienta”, evidenciando uma política de resistência.
Como assinala o parecer dado pela agência de fomento Fapesp, “trata-se de uma obra muito interessante, que de maneira original e instigante oferece elementos importantes para uma gerontologia crítica. São poucos os livros que, no Brasil, abordam o tema da velhice, e Velhice: uma estética da existência, com muita sensibilidade e combinando filosofia e poesia, propõe uma reflexão densa e acurada de modo a rever a banalização com que a velhice tem sido tratada.”
O livro é dividido em três partes. Na primeira parte Tótora trabalha a Velhice e a ética do cuidado de si, a partir da ética da vida, a vida nas dobras e as dobras da velhice até sua genealogia. Na segunda parte, intitulada Política, corpo e velhice, esta é vista como uma obra de arte, em um viés nietzschiano. Na terceira e última parte, Habitar poeticamente o mundo, a autora trabalha entre outros temas, as invenções da velhice, trazendo para o leitor os poetas Manoel de Barros e Hilda Hilst, além de escritores e cineastas.
Quem é a autora
Silvana Tótora tem graduação, mestrado e doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É professora da PUC/SP desde 1986 e do pós- graduação da PUC/SP desde 2000. Professora do Departamento de Política e dos programas de Estudos Pós-graduados em Ciências Sociais e de Gerontologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Pesquisadora do Núcleo de Arte, Mídia e Política – NEAMP – do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC/SP. Experiência na área de Ciência Política, com ênfase: teorias da democracia; pensamento político clássico, moderno e contemporâneo; pensamento político brasileiro; arte e política nos pensamentos de Nietzsche, Gilles Deleuze e Foucault; velhice, ética e subjetividade.
Em tempo
O livro será lançado no próximo dia 6 de abril, a partir das 18h30 na Livraria Cortez, localizada na rua Bartira, 317 (esquina com a rua Monte Alegre, ao lado do Teatro Tuca-PUC-SP), em Perdizes, São Paulo.