De acordo com o relatório apresentado em novembro de 2011 pela Forrester Research, os chamados “Olders Boomers” – pessoas com idades entre 56-66 anos – são a geração de norte-americanos que mais gasta com mercadorias em sites de e-commerce.
A reportagem explica: dados do estudo “The State of Consumers and Technology: Benchmark 2011, US” indicam que o referido grupo etário gastou uma média de US$ 367 em lojas online nos três meses anteriores ao levantamento, mais que o dobro dos US$ 138 gastos pela “Geração Z” – pessoas com idades entre 18-22 anos – durante o mesmo período. Os “Younger Boomers” (46-55) ficaram em segundo neste quesito (US$ 318), seguidos pela “Geração Y” (23-31 anos) que apresentaram um gasto médio de US$ 311 no período. No geral, a maioria (72%) dos adultos comprou produtos e serviços pela internet, com um gasto médio de US$ 292 durante os noventa dias.
Dentre os produtos mais procurados entre todas as faixas etárias estão as roupas e acessórios, com aproximadamente 38% dos adultos da “Geração Z” e 37% dentre os da “Geração Y” adquirindo ao menos um produto destas categorias.
Os adultos da “Geração Z” utilizam em média dois dispositivos de conexão à internet, um pouco acima dos consumidores da “Geração Y”, que afirmam utilizar em média 1,9 – esta geração representa a maior parcela de usuários de internet nos EUA (19%). A “Golden Generation” (67 anos ou mais) e os “younger boomers” apresentam uma média de 1,5 dispositivos com acesso à rede, abaixo dos adultos da “Geração X” (32-45 anos). A definição de dispositivo de conexão utilizada no estudo engloba qualquer tipo de computador desktop, laptop, tablet e smartphone.
O estudo também mostra que a “Geração Y” apresenta maior propensão em ser pioneira na utilização de novos dispositivos, liderando o uso de tablets, TVs conectadas à internet, 3D e aparelhos com tecnologia Blue-ray. Também são os mais propensos a possuírem smartphones (58%), acima dos adultos da “geração X” (49%) e “Geração Z” (47%). Por outro lado, a Golden Generation fica atrás no uso de smartphones (9%), com sua maioria preferindo consumir apenas tecnologias tradicionais, tais como computadores de mesa e impressoras.
É interessante notar que a medida que os aparelhos se sofisticam, o público da terceira idade encontra mais dificuldade no entendimento e manuseio dos “brinquedos tecnológicos”, ainda preferindo aqueles dispositivos tradicionais de funcionamento mais conhecido que já se tornaram velhos conhecidos.
Além disso, uma grande proporção de grupos etários mais jovens se conecta à internet utilizando computadores fora de suas residências, número que chega a 83% dentre os adultos da “Geração Z”, 81% da “Geração Y” e 73% da “Geração Z”. Em contraste, menos da metade dos “Olders Boomers” e perto de 25% da “Golden Generation” fazem uso da internet fora de suas moradias.
O que, de certa forma, não é uma surpresa. Estar em casa, facilita o manuseio, dá mais liberdade até para errar. Acessar a internet em outros locais, ainda gera resistência aos mais velhos. As inovações tecnológicas não assustam mais, mas mudam e se sofisticam numa velocidade assustadora, até para os jovens, o que acaba criando, sempre, um novo e complicado aprendizado.
E não é só isso. Este efeito das pequenas e grandes compras pode ser percebido também no Brasil. Com o envelhecimento da população (segundo dados do IBGE, a quantidade de pessoas com 65 anos ultrapassa os 14 milhões de pessoas), o pessoal da terceira idade virou alvo certo para os negócios imobiliários. Conforme explica a reportagem, comercialmente falando, temos uma faixa etária que possui renda fixa, estável, e que em função da idade traz consigo necessidades especiais. Desde necessidades como cuidadores até aquisição de carros, tudo tem que ser pensado no bem-estar dos mais experientes.
Neste cenário contemporâneo, os imóveis também estão sendo pensados para atender a demanda da terceira idade. Quem julga que já sabe tudo em termos de acessibilidade, está enganado. São vários os pontos analisados: rampas de acesso, banheiros adaptados com barras de apoio, elevadores e portas mais largos, pisos antiderrapantes, enfim tudo que possa facilitar a vida das pessoas.
Vivemos um tempo em que não se vê mais os chamados “velhinhos” como vítimas, seres desprotegidos e largados a própria sorte. E o mercado imobiliário, esperto que é para os novos segmentos, já está de olho neste público exigente e autônomo, que sabe o que quer e o que precisa. Os novos empreendimentos já começam a ser pensados para atender os novos compradores, agregando serviços, tais como, profissionais de enfermagem, motoristas, alimentação, entre outros que normalmente são utilizados por eles.
A reportagem esclarece que o corretor de hoje ao se deparar com este cliente deve levar em conta a experiência do comprador e ter um grande respeito as suas necessidades. Afinal essas definem, para o idoso, o entendimento por qualidade de vida. E nunca caracterizá-lo como um “velhinho ou velhinha” comprando um imóvel, mas sim um homem ou mulher, com necessidades específicas e que realmente sabem o que quer e precisam!
Referências
E-COMMERCE NEWS (2011). Pessoas da terceira idade são os que mais gastam em compras pela internet nos EUA. Disponível Aqui. Acesso em 17/11/2011.
SANTOS, V. (2011). Terceira idade: um grande nicho. Disponível Aqui. Acesso em 12/11/2011.