As emoções positivas e negativas oscilam nos casos de perda de um cônjuge, indo desde ondas de tristeza até esperanças para o futuro. Isso pode ser frustrante para os homens, que muitas vezes procuram uma melhora rápida dos sentimentos – e não tantos altos e baixos. Muitos deles não estão preparados para a experiência de perda, que pode ser esmagadora tanto física quanto psicologicamente.
Perry Garfinkel / Foto de Alex di Suvero
Em um artigo publicado em 2001, psicólogos holandeses confirmaram dados anteriores mostrando que viúvos têm maiores incidências de doença mental e física, deficiência, morte e suicídio do que as viúvas. Enquanto as mulheres costumam experimentar a perda com o sentimento de abandono, os homens sentem que perderam algo ainda maior, que muitas vezes manteve a vida organizada e equilibrada como um todo.
Muitos homens dependem toda a vida das esposas para o gerenciamento da vida doméstica e do cuidado dos filhos. O falecimento da mulher também significa a perda de proteção, apoio e conforto, deixando muitos sem saber o que fazer ou para onde ir.
Um dos problemas que torna as perdas particularmente difíceis para os homens é o fato de que eles não estão acostumados a se abrir com outras pessoas para debater suas emoções. Achar consolo, em certas situações, é praticamente impossível. Muitos homens são relutantes em serem verdadeiros quanto aos seus sentimentos de tristeza profunda, principalmente pela pressão social que os impele a agir de maneira controlada e inexpressiva.
Por isso, simplesmente persuadir homens angustiados a participar de um grupo de luto ainda é um desafio grande. Embora a terapia seja amplamente indicada para homens, eles historicamente não têm tendência a participar desses grupos. Com a ampla presença feminina, muitos homens se sentem desconfortáveis nessa situação ou até mesmo acreditam que o sexo oposto não entenderia sua dor da mesma maneira que um homem na mesma situação. Por isso, a cada dia estão surgindo mais grupos de luto voltado apenas para o público masculino.
A preocupação com os homens em luto ganhou nova urgência com alterações demográficas. O número de homens de 65 anos ou mais aumentou 21% entre 2000 e 2010, quase o dobro da taxa de crescimento das mulheres nessa faixa etária, que é de 11,2%. Com isso, especialistas sugerem que mais homens terão que enfrentar perdas de entes queridos, particularmente cônjuges.
Daí a importância das terapias. Às vezes, isso é tudo que um homem quer ou precisa: um ouvido simpático, para ver que ele não está sozinho. [NewYorkTimes]
Fonte: Disponível Aqui. A version of this article appeared in print on July 26, 2011, on page D5 of the New York edition with the headline: Men in Grief Seek Others Who Mourn as They Do.
Este texto é reprodução do que foi publicado no blog de Stephanie D’Ornelas, estudante de jornalismo, que também escreve para o Jornal Comunicação da UFPR: Acesse Aqui