A sarcopenia, por estar relacionada a elevados índices de mortalidade em pessoas idosas e de elevação do risco de quedas e fraturas, acaba por afetar a qualidade de vida da pessoa idosa.
Em colaboração com Fernanda Belem Lopes de Meneses e Jaitiom Garcia de Paula
Em 1988, Rosenberg propôs o termo “sarcopenia” [do grego sarx (carne) e penia (penúria)]. A Sarcopenia é caracterizada por perda progressiva e generalizada de força e de massa muscular (European Working Group on Sarcopenia in Older People EWGSOP-2, 2018).
Considerada como um grave problema, por estar relacionada a elevados índices de mortalidade em pessoas idosas e de elevação do risco de quedas e fraturas, acaba por afetar a qualidade de vida da pessoa idosa. Sua presença pode resultar em fragilidade, incapacidade e associação com várias doenças como a osteoporose, doença cardíaca, doença respiratória e transtornos cognitivos.
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- 20/08/2020
A redução de força muscular começa, do ponto de vista fisiológico, ou seja, um processo normal e que caracteriza o envelhecer da espécie humana, entre os 30 ou 40 anos, diminuindo 1,5% ao ano a partir dos 60 anos e 3% nos anos seguintes. Como resultado, nos idosos, a força muscular pode ter um decréscimo de 20-50%. Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), cerca de 15% dos brasileiros têm sarcopenia a partir dos 60 anos de idade, chegando a 46% após os 80 anos.
Por mais que a sarcopenia seja associada ao envelhecimento, seu desenvolvimento pode começar mais cedo na vida, e acredita-se que muitos fatores estejam implicados. Desta forma, os autores destacam que pode existir uma sarcopenia primária, desencadeada pelo próprio processo fisiológico de envelhecer, e uma secundária, relacionada a presença de determinados fatores chamados de risco.
Destes, o principal é o sedentarismo. A diminuição da força e do número de fibras musculares é mais evidenciado em pessoas com estilo de vida sedentário em comparação com pessoas que são fisicamente mais ativas. O sedentarismo pode ser consequência do estilo de vida da pessoa, mas também pode encontrar-se relacionado a situações de repouso prolongado como, por exemplo, grande período que uma pessoa permaneça acamada. A nutrição também desempenha importante papel, com destaque para o uso de medicamentos que podem interferir na absorção de nutrientes essenciais para a formação de proteínas, por exemplo, ou a presença de desnutrição.
Outras teorias que tentem explicar a sarcopenia destacam a importância das fibras nervosas e da genética, além do próprio ambiente social. Este último, quando associado a fatores de desgaste relacionados a um mau envelhecer, podem desencadear ou potencializar o desencadeamento de sarcopenia.
Algumas doenças, quando presentes, podem, por sua própria ação, estarem associadas ao aparecimento de sarcopenia, tais como insuficiência renal crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica, câncer, infecções e insuficiência cardíaca congestiva.
A perda de massa e força muscular é diversa entre os indivíduos, tanto por questões biopsicossociais associadas à saúde e a um bom envelhecer, mas, também, por influência do nível de atividade física de cada pessoa.
Mas a sarcopenia é passível de prevenção. A prática de exercícios físicos, principalmente de resistência, e a melhora da ingesta calórica e de proteína são fundamentais, tanto para a prevenção quanto para o tratamento.
Referências
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Foto destaque de Alexavier Rylee Cimafranca no Pexels
Este curso pauta-se pela necessidade cada vez maior de lidarmos com aspectos ligados ao processo de envelhecimento que nos são caros, quer sejamos profissionais da área da saúde ou leigos. Aqui nos referimos ao corpo do idoso, sua corporeidade, seu “estar físico” no mundo, com tudo o que isto implica – não apenas suas limitações e dificuldades físicas e motoras, mas também e principalmente, suas potencialidades de vida, seu bem-estar, sua qualidade de vida e o que é possível ser feito para a otimização e melhora, em termos físicos, do idoso quanto à sua “capacidade funcional”.