A carteira de vacinação é um dos documentos que as pessoas não checam nem atualizam.
A pergunta, título deste texto, faz parte da minha rotina como médico, principalmente como geriatra. Uma pergunta que faz parte do grupo de práticas voltadas à promoção da saúde, que todo profissional da área deve estar atento a realizar, sobretudo quando o paciente está sem queixas no atendimento.
É uma pergunta que no meu dia a dia, em geral, causa surpresa ou sorrisos tímidos. Uma reação que precisamos alterar, pois tanto a surpresa quanto a timidez estão ligadas ao fato de que a carteira de vacinação, na grande maioria dos casos, é algo perdido nos documentos em que os pacientes há muito não checam e atualizam.
Como profissionais, entendemos o motivo da vacina não ser lembrada com grande carinho pela lembrança dolorosa que a aplicação causa. Porém, não podemos esquecer tanto das tragédias de doenças avassaladoras no passado, quanto os triunfos na história da saúde proporcionada pela vacinação.
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Um grande exemplo, tanto de desastre quanto de vitória, foi a pandemia da varíola que durante o século XX tenha provocado mais de 500 milhões de mortes.
Somado o total de mortes causada por esta doença durante a história, nem mesmo a soma de todas as guerras superaria o de vítimas da varíola, e, hoje, graças a vacinação, esta doença é considerada erradicada pela Organização Mundial de Saúde.
Me vem à mente a citação do filósofo George Santayama, que diz: “Aqueles que não podem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”. As doenças vencidas pela vacinação no passado não podem ser esquecidas, para que não retornem a assombrar o presente.
Portanto, realizo um apelo aos profissionais de saúde que incluam em sua rotina de forma sistemática checar a vacinação e, aos pacientes, a vigiarem a sua atualização.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Vamos revisar o calendário de vacinas para os adultos oferecido no país na rede pública:
– Hepatite B: Total de 3 doses.
– Difteria e tétano: 3 doses como esquema inicial e reforços a cada 10 anos.
– Febre Amarela: 1 dose, caso não tenha recebido nenhuma dose até 5 anos. Em caso de dose até os 5 anos, receber mais 1 dose de reforço.
– Sarampo, caxumba rubéola: de 20 a 29 anos receber 2 doses. De 30 a 59 anos recebe 1 dose.
– Vacina da gripe: 1 dose por anos após os 60 anos ou se grupos de risco (consulte os profissionais de saúde para saber se pertence a grupos de risco).
– Vacina Covid: reforço a cada 6 meses ou anual se grupo prioritário (consultar com profissionais da saúde para saber se pertence a grupo prioritário).
Existem outras vacinas disponíveis para aumentar a proteção de sua saúde de acordo com calendários vacinais de outras sociedades médicas. Consultem os profissionais de saúde para averiguar o melhor planejamento de imunização para sua saúde de forma individualizada.
Foto de Kampus Production/pexels.