Reflexões urgentes sobre o “Brasil Medicado”

Reflexões urgentes sobre o “Brasil Medicado”

O país criou um modelo altamente eficiente em controlar sintomas, mas muito deficiente em promover saúde.


Durante décadas, fomos condicionados a acreditar que a saúde era uma questão de sorte. Se você não adoeceu, agradeça à genética. Se adoecer, corra atrás de um remédio. Essa foi, silenciosamente, a estratégia de cuidado vendida à sociedade: torcer para não ficar doente e, se acontecer, confiar em soluções rápidas.

A ciência moderna, de fato, avançou de forma impressionante. Desenvolveu medicamentos, vacinas, exames sofisticados, intervenções cirúrgicas incríveis. Mas o foco sempre esteve em apagar incêndios — resolver o problema depois que ele já apareceu.

E o que faltou?

Faltou ciência voltada para a construção da saúde.

Faltou ensino de como não adoecer.

Faltou investimento em educação sobre estilo de vida, alimentação de verdade, suplementação adequada, sono de qualidade, equilíbrio emocional, microbiota intestinal e autocuidado.

Criamos um modelo altamente eficiente em controlar sintomas — mas muito deficiente em promover saúde verdadeira.

Hoje, vivemos um paradoxo: uma população extremamente medicada, mas cronicamente doente. Pessoas com três, quatro, cinco medicamentos contínuos, mas sem melhora real na qualidade de vida.

Seguimos “controlados”, mas adoecidos. E isso tem um custo — humano, social, financeiro.

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Como farmacêutico clínico, observo diariamente que muitos desses quadros poderiam ter sido evitados se, lá atrás, alguém tivesse feito as perguntas certas, olhado o paciente de forma global e intervindo antes da doença se consolidar.

A verdade é dura, mas precisa ser dita: o sistema não está preocupado em mudar esse ciclo. O lucro está na doença, não na saúde.

Por isso, precisamos virar a chave. Precisamos de protagonismo em saúde. Precisamos de informação, orientação, prevenção e acompanhamento clínico de verdade — não apenas receitas renovadas automaticamente.

A pergunta que devemos fazer, se já fazemos uso de medicamentos, é:

Estamos sendo cuidados para recuperar nossa saúde ou apenas para seguir medicados?

A resposta pode mudar o rumo de nossas vidas! 

Foto de Polina Tankilevitch/pexels.


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Homem de óculos, avental branco e atrás medicamentos
Luiz Antonio Assunção

Luiz Antonio da Assunção é farmacêutico clínico CRF 23.110. Pós-graduado em acompanhamento farmacoterapêutico. Pós-graduado em gastroenterologia funcional e nutrigenômica. E-mail: luizclinicaassuncao@gmail.com. Insta: https://www.instagram.com/luizassuncaofarmaceutico/

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Luiz Antonio da Assunção é farmacêutico clínico CRF 23.110. Pós-graduado em acompanhamento farmacoterapêutico. Pós-graduado em gastroenterologia funcional e nutrigenômica. E-mail: luizclinicaassuncao@gmail.com. Insta: https://www.instagram.com/luizassuncaofarmaceutico/

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