A imposição por estilos de vida pré moldados socialmente não funciona para todos. É preciso que faça sentido, que proporcione bem estar, segurança e a certeza de que estamos fazendo algo por nós mesmos, e não apenas respondendo a anseios sociais de “Corpo sarado e magro”. Nosso corpo funciona bem se estamos mentalmente saudáveis e vice versa. Investir em saúde não pode ser apenas matricular-se numa academia e cortar o glúten. Estamos errando nesse ponto.
Estamos todos preocupados com a situação da Previdência Social e não é por menos, nosso futuro está em jogo. Como podemos ficar sossegados e tranquilos com um futuro tão incerto e numa fase da vida onde podemos estar mais vulneráveis? Investir financeiramente no futuro é essencial para alcançarmos um longeviver mais seguro e pleno, onde possamos continuar aproveitando a vida como almejamos. Cada vez mais, os jovens se preocupam em investir na previdência social ou privada, guardar na poupança para o futuro, investir em algo que garanta alguma segurança para a velhice. Vamos pensar agora na nossa Previdência Corporal, como andam seus investimentos?
É fato que as pessoas estão mais consciente sobre a importância da prática de atividade física e da alimentação saudável. Basta acessarmos qualquer rede social que teremos dicas de como ter um estilo de vida mais saudável. Mas a questão não é essa.
Quando investimos nosso dinheiro em algum fundo, o primeiro passo é “Traçar o nosso perfil” como investidor. Podemos ser mais “conservadores ou mais arrojados”, assumindo mais riscos de perdas futuras. Traduzindo isso para nossa dimensão corporal, o ideal seria que também traçássemos nosso “perfil” para adequarmos nosso estilo de vida, que é influenciado pela nossa cultura, valores, possibilidades financeiras, nossos gostos pessoais, ambiente em que vivemos, nossas necessidades específicas etc., para aí sim, optarmos pelo investimento mais adequado. A imposição por estilos de vida pré moldados socialmente não funciona para todos. É preciso que faça sentido, que proporcione bem estar, segurança e a certeza de que estamos fazendo algo por nós mesmos, e não apenas respondendo a anseios sociais de “Corpo sarado e magro”.
Meu avô ultrapassou os 90 anos sem nunca ter entrado numa academia e como bom português, teve em sua dieta muito vinho, sardinha, pão e batatas. Nunca esteve acima do peso. Sua previdência corporal recebeu investimentos na área da agricultura, quando ele morava no sítio e com a enxada, cuidava da Horta. Subia e descia morros… cuidava dos cães. Acredito que tenha sido um belo investimento. A minha avó beirou os 90 e analisando seu perfil percebo que ela investiu muito nas amizades, nas atividade manuais (belíssimos bordados portugueses dos quais se orgulhava muito), muita bacalhoada… amava passear, caminhar. Eu precisava correr para alcançar a passada dela… Também investiu bastante em atividades religiosas, era mulher de muita Fé.
Estes são exemplos de investimentos de “Previdência Corporal” que levo comigo. Quando pensamos em “Saúde Corporal” não devemos desmembrar o Corpo e mente. Nosso corpo funciona bem se estamos mentalmente saudáveis e vice versa. Investir em saúde não pode ser apenas matricular-se numa academia e cortar o glúten. Estamos errando nesse ponto. Antes de tudo, devemos nos perguntar “onde queremos investir?”. O que realmente pode nos fazer bem? Como contribuir com o presente e colher no futuro? Essa reflexão deve ser individualizada e sofrer a menor influência possível da “mídia ou da moda”. Deve respeitar quem realmente somos e, assim, conquistar resultados eficazes e duradouros. Cuidar da nossa saúde hoje, preparando a reserva de amanhã significa ter um corpo forte, com músculos e articulações saudáveis.
Cuidar da alimentação significa ter uma boa relação com o que se come. Cuidar da mente significa equilibrar as emoções, as vontades, as angústias… e devemos buscar a resposta do “como fazer” em nós mesmos. Vamos lembrar sempre que “Nós envelhecemos da maneira que vivemos” e a melhor maneira de cuidar da nossa longevidade é cuidar do nosso presente.
Vamos investir?