Desde a implantação da nova moeda, o Real, em julho de 1994 e, de maneira mais recente, a partir da política de valorização do salário mínimo iniciada em 2003 os aposentados e pensionistas do INSS vêm sofrendo perdas acentuadas em suas rendas, pois não são contemplados pelo Governo Federal com reajustes acima da inflação.
Luiz legnani/COBAP *
Em termos percentuais, comparando o que foi dado para o salário mínimo com o que foi dado ao aposentado e pensionista acima do salário mínimo, as perdas salariais já alcançam 81,77% no período de setembro de 1994 a janeiro de 2014.
Essa discriminação do reajuste atinge mais de 9,5 milhões de aposentados e pensionistas e traz consequências sérias para o bem-estar dessa população. Por um lado, gera um crescimento do grau de endividamento, através dos empréstimos consignados, sujeitando os aposentados e pensionistas a um controle permanente dos seus gastos sob o riso de sofrerem um colapso financeiro e também cardíaco.
Por outro lado, os aposentados e pensionistas que se encontram na faixa salarial entre 1 e 2 salários mínimos vem, ano após anos, caindo para o valor do piso previdenciário (salário mínimo). Esse número alcançou 372.000 pessoas após o anúncio do novo reajuste de 2014.
A Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (COBAP) lamenta profundamente esse descaso do governo para com os aposentados e pensionistas e não admite, de maneira nenhuma, o argumento de que a previdência não tem dinheiro ou que o aumento real vai quebrar o sistema previdenciário.
A COBAP já propôs, inclusive, que o índice de reajuste dos aposentados e pensionistas poderia ser a média do crescimento das remunerações salariais dos trabalhadores da ativa. Porém, nenhuma proposta é aceita.