A mostra Ampliando Horizontes traz obras dos ganhadores do 4º Prêmio Arte e Literatura 60+.
Por Elcio Silva (*)
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O Centro MariAntonia da USP recebe, a partir de 6 de novembro, quarta-feira, às 17h, a exposição Ampliando Horizontes, que contempla os trabalhos finalistas do 4º Prêmio Arte e Literatura USP 60+. Na abertura, os autores da categoria Literatura participam de um sarau literário, com a leitura de suas obras. A entrada é gratuita.
A quarta edição da mostra segue com a missão de romper estereótipos. “Os circuitos das artes e da literatura são difíceis para artistas iniciantes, sobretudo se eles têm mais de 60 anos. O prêmio tem como objetivo diminuir essa dificuldade e romper os estereótipos de que a criatividade é sinônimo de juventude”, explica o médico e coordenador do programa USP 60+, Egidio Lima Dórea.
A iniciativa recebeu 52 inscrições na categoria Artes Visuais, das quais foram contemplados 30 finalistas com 54 obras nas subcategorias pintura, arte têxtil, gravura, fotografia, desenho e escultura. Em literatura foram recebidas 72 inscrições e selecionados 15 trabalhos, divididos em poesia, contos, crônicas e ensaios filosóficos.
Responsável pela curadoria na categoria Artes Plásticas, a artista e professora Branca Coutinho de Oliveira, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, destaca a qualidade e amplitude dos trabalhos e faz um contraponto com relação ao preconceito etário.
“Essa coletividade de expressões artísticas coloca em evidência e valoriza a produção cultural de pessoas que ultrapassaram seis décadas de vida, mas também confronta um tema crítico na atualidade, o etarismo.” Para Branca a exposição é essencial. “Em uma sociedade em que o conceito de juventude prevalece e molda grande parte dos discursos, a mostra Ampliando Horizontes emerge como uma resposta vigorosa, imediata e necessária.”
O médico Egidio Dórea concorda com a professora e afirma que “vivemos em uma sociedade de valorização da juventude, onde o ser velho é sinônimo de invisibilidade e exclusão. Mostrar que continuamos produtivos, criativos e com olhar diverso é de fundamental importância para desconstruir o idadismo e mostrar como a velhice pode e deve ser vivida em sua plenitude”.
Na categoria Literatura, os textos encantaram a curadora Marcia Blasques, editora executiva da Superintendência de Comunicação Social da USP. “O que mais me surpreendeu foi a leveza e a profundidade com que a passagem do tempo, o envelhecimento e as questões da vida cotidiana são tratadas.” Marcia exalta ainda a relevância de concursos como este. “É muito importante, porque dá espaço para talentos que até então eram desconhecidos do público. Os trabalhos inscritos são muito bons. Foi uma honra e uma alegria fazer parte desta curadoria e é sempre bom ler textos bem escritos”, destaca a editora.
Na categoria Literatura, o público poderá conferir um pequeno trecho do texto ao lado do nome dos autores. Um QR code vai direcionar para o site que contém a versão completa, com a imagem dos autores, a subcategoria do trabalho e um áudio com a leitura feita pelo próprio autor ou por alguém designado por ele. A comissão julgadora e curadoria da categoria Literatura foi composta por Beltrina Côrte, Marcia Blasques e Cremilda Celeste de Araújo Medina.
A lista completa dos finalistas pode ser conferida no site do programa USP 60+. Clique aqui!
Serviço
A exposição Ampliando Horizontes será aberta no dia 6 de novembro, às 17h, no Centro MariAntonia da USP, que fica na Rua Maria Antonia, 294, Vila Buarque, região central da capital, próximo às estações Higienópolis e Santa Cecília do Metrô. Na abertura será realizado um sarau literário, com a presença dos autores e a leitura de suas obras. A entrada é gratuita, de terça a domingo, das 10 às 18h, até 2 de fevereiro de 2025. A classificação é livre.
(*)Elcio Silva escreve para o Jornal da USP
Imagem de destaque: Psique, obra do artista Carlos de Santana Mota, que está na exposição Ampliando Horizontes, no Centro MariAntonia da USP – Imagem do artista
