O foco orçamentário deve ser, como os próprios representantes do governo dizem, a entrega às pessoas. A população idosa precisa aproveitar esta oportunidade
Matéria do Ministério do Planejamento e Orçamento tratava sobre o encontro dos técnicos daquele Ministério e representantes de outros 13 órgãos que participaram de oficinas do Plano Plurianual, o PPA federal para 2024/2027. Esta versão do PPA está apresentando um foco na participação cidadã, uma novidade em relação ao PPA anterior.
CONFIRA TAMBÉM:
Minha moradia, o século XXI
- 17/01/2023
A matéria destaca que Edna Cesetti, coordenadora de Políticas Regulatórias do Ministério Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, que ao juntar diversas áreas temáticas no planejamento estratégico atinge uma visão de construção de conceitos que vão além do próprio objetivo ou do próprio programa orçamentário. “É muito importante e inovador criar esse espaço de diálogo com visões diferentes colocadas em um único lugar para pensar algo conjuntamente”, opinou.
Edna destacou que “Temos que ser mais flexíveis e pensar no cidadão, em como ele vai entender aquilo e em uma forma de transmitir a política pública em uma linguagem simples”.
A Secretária Nacional de Planejamento, Leany Lemos, que participou do evento, explicou sobre as etapas seguintes, ressaltando a futura participação descentralizada na construção do próximo PPA do governo federal, cuja participação da população poderá ocorrer nos estados e Distrito Federal “Além desse momento, temos as escutas da sociedade, que já começaram no Fórum Interconselhos e acontecerão nos estados. Depois sistematizaremos tudo e faremos a entrega ao Congresso em 31 de agosto.”
Aqui temos um ponto importante, que merece destaque: a possibilidade da população idosa participar de construção de políticas públicas de seu interesse, apontando em tais fóruns as suas principais necessidades e demandas por serviços públicos. Este processo de participação popular precisa ser fortalecido, de maneira que os agentes públicos sejam ouvintes de tais demandas à população idosa brasileira.
É a entrega dos serviços públicos à comunidade local a principal razão de ser de um orçamento público. E não sou só eu quem pensa assim. A própria matéria do Ministério apresenta esta linha de raciocínio: “Durante as discussões, foi abordada a necessidade de ampliar e fortalecer a capacidade do Estado de planejar, bem como sua integração com o orçamento, o monitoramento e a avaliação, sempre com foco nas entregas à sociedade”.
O orçamento público é uma arena de poder onde os segmentos de maior representatividade, organização e domínio de conhecimento sobre como funciona o jogo e suas regras ganha espaço (dinheiro alocado em suas demandas prioritárias e preferenciais).
A população idosa precisa aproveitar esta oportunidade de aproximação com as ferramentas governamentais de planejamento orçamentário para que suas necessidades sejam observadas e dinheiro ao atendimento delas sejam lá alocados. Organizar-se para tal participação nos fóruns regionais pode ser uma boa oportunidade para pressionar políticos a fazerem seu papel: atender as demandas das pessoas idosas que pagam tributos. O foco orçamentário deve ser, como os próprios representantes do governo dizem, a entrega às pessoas.
Foto destaque: Fotomontagem de Lívia Magalhães com imagens de Marcos Santos/USP Imagens e Freepik