Minha moradia, o século XXI

Minha moradia, o século XXI

Estamos no século XXI e, depois dos 60 anos, apesar de entrarmos num tempo “rarefeito”, passamos a andar em passarelas.


Ficar idoso, não significa ficar descolado do tempo. Descolado da idade imposta por números e do tempo cronológico. Precisa sim, compreender e decidir quais caminhos e a forma de segui-los, a partir dos 60 anos de idade. Necessita-se de coragem, inteligência, amigos de verdade, família e, todo o conhecimento adquirido ao longo de cada minuto de nossas vidas, que, agora, poderão encontrar-se ancoradas no passado. Foi necessário muito esforço, resiliência, conhecimento e sabedoria para chegarmos exatamente onde nos encontramos hoje, no século XXI. 

Chegamos ao “futuro”! Não há mais retrocesso, talvez, umas poucas correções de rotas, guiadas pelo mapa memorável, de tudo maravilhosamente vivido 40 anos atrás. Suavize, portanto, o trajeto.

Enxergar por meio do “espelho retrovisor” a nossa vida, não será uma missão fácil, mas será vital. Isso, por estarmos agora à deriva no tempo, pois, pelo retrovisor tudo, hoje, poderá parecer entristecido, melancólico e sem importância se não desgrudarmos os olhos do passado. Estamos no século XXI e, depois dos 60 anos de vida, apesar de entrarmos num tempo “rarefeito”, passamos a andar em passarelas, logo, representaremos em palcos e cantaremos e nos divertiremos com quem nos acompanhou até aqui. Recapitularmos por meio das histórias que vivemos, nos ajuda a compreender quem somos agora.

Não precisamos fazer do século XXI um “futuro” unicamente mediado pelo passado. Dele, passado, selecionamos e intercalamos amores, paixões, aventuras, vitórias, conquistas e tudo que houve de bom, muitas vezes seria impossível na mesma data, o presente. O resto, sobras e excessos de tudo que não valeu a pena ter vivido, transformemos em um nunca mais outra vez e, deixemos no mais distante passado, mesmo com um pouquinho de melancolia para ser transformado em nada.

Foto: Alcides Freire Melo

Os nascidos em meados do século XX, agora com 60 anos, ou mais, iniciam uma disputa, hora abstrata, hora concreta com o tempo, para apaziguar ou minimizar os danos temporais causados em nossos corpos. Descobrimos não haver controle e, todas as técnicas, métodos científicos, magia e feitiçarias não conseguem, por nenhuma hipótese, controlá-lo.

Nós, bem ao longo de um curtíssimo, espaço de tempo, somos abandonados por ele, o tempo. Atingimos a maioridade quando nos roubou a adolescência, já havia sido a inocência com a infância, mas com carinho, safadeza e expertises, seguimos trapaceamos o maldito tempo. Dele consegui roubar muitas coisas viajando em suas dobraduras e armadilhas. Os grandes amores que ainda hoje carrego comigo, finge não nos ver e deixa brincarmos juntos.

Com pouco esforço, há décadas, sigo em trilhas, desde o século XX. Agora passeio pelo século XXI. Não pretendo falar em números. Por decisão própria, não quero dar oportunidades às tais décadas de acharem que sou favorecido. Não vou falar, contar o quanto já estou viajando. Sei quanto foi em aventuras, pouco de conflito ou choque. Paixões! Algumas, deixei a sabedoria do novo século para resolver as ausências, presenças, faltas e excessos e encaixá-las de volta no espaço.

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O enigmático e tecnológico século XXI recebeu também o dever de cuidar do esquecimento de algumas paixões, por exemplo. Intensas na forma exata, sem serem. Somaram coragem e desejos aos corpos, à vida, às ruas, aventuras… e sublimam os dias que arrazoavam sua existência.

Foto: Alcides Freire Melo

Agora, no século XXI, nos fica a missão de cantar mais, viajar por todos os caminhos e estradas que nos levem à felicidade com sabedoria. Compreender que a sexualidade pertence à vida e à alma de cada um dos indivíduos. E a cor da pele é cor de cada um dos mais belos, perfeitos, inteligentes, apaixonados, emotivos e, o único racional dos vivos da terra: o Homo Sapiens.

Portanto, aos novos inquilinos que chegaram à Terra desde o início do século XXI, gostaria de cobrar, por meio da força de vocês, coragem para criar uma política de respeito aos vivos de os espécimes, incluindo os vegetais. Assim, somente assim, continuará a espécime Homo e todas as outras com o mesmo direito natural à vida. Não precisa fazer muito. Na verdade, é preciso fazer nada: não matar, não devastar, não poluir e não queimar. Não ser homofóbico, não ser preconceituoso, não consumir desordenadamente. E dizer não a tudo isso que mata, devasta, queima e explora.

Fotos: arquivo pessoal


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Alcides Freire Melo

Repórter fotográfico e cronista em diferentes periódicos. No Portal colabora com crônicas e fotos. Email: [email protected]

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