Medo de ficar sem dinheiro na velhice assombra brasileiros

Medo de ficar sem dinheiro na velhice assombra brasileiros

A redução no padrão de vida na velhice é comprovada em números levantados recentemente.


Por Mariana Mello (*)

Sabe o que uma visita aos meus pais, que vivenciam a velhice, e uma matéria da Fortune têm em comum? A mesma notícia: pessoas aposentadas pertencentes à classe média estão puxando o freio em gastos, motivadas pela preocupação do dinheiro acabar antes do final da vida.

De acordo com a Prudential Financial, uma empresa voltada à gestão de investimentos/recursos financeiros e planejamento de aposentadoria, a redução no padrão de vida de pessoas 50+ pode ser comprovada em números levantados recentemente.

Pessoas de 65 anos de idade com patrimônio de pelo menos seis dígitos estão acessando apenas 2,1% de suas economias. Ou seja: de um colchão financeiro de US$ 500 mil a retirada tem sido apenas US$ 10,5 mil.

Aqui no Brasil, meus pais nunca sonharam com viagens de luxo, mas também estão fechando torneiras do orçamento. Ambos são aposentados, saudáveis, já passaram dos 75 anos e têm reservas. Mas estão preocupados.

idoso negro, barba branca, camisa azul, está sentado e pensativo.

Foto de Nicola Barts/pexels.com/pt-br

Cortaram assinaturas de jornais e revistas, reduziram idas a restaurantes, passaram a ter apenas um carro, dispensaram empregada doméstica. O assunto dinheiro ficou mais frequente nas conversas, reparei nisso.

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Vale para o Brasil e para o mundo: a tensão aumenta quando pensamos no cenário da expectativa de vida maior – muitas vezes além das projeções financeiras feitas no passado – e do aumento de custos básicos, como moradia, alimentação e saúde.

Uma pesquisa recente feita pelo Serasa aponta que 58% das pessoas idosas brasileiras entendem que não conseguiram se planejar financeiramente para esta etapa da vida. No mesmo estudo, 70% dos respondentes afirmam que o valor do benefício de aposentadoria não é suficiente para viver.

Isso nos leva à um dado concreto: vamos trabalhar até o fim da vida.

(*) Mariana Mello é jornalista especializada em Gerontologia (PUC-SP e Einstein) e idealizadora do Maturidades. Criou e dirige também a Alma, estúdio de produção de conteúdo e projetos para marcas com ênfase no tema maturidade.

Foto de Ivan Samkov/pexels.com/pt-br


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