Portugal – Os médicos são o grupo profissional com maior longevidade, mais satisfeitos com a sua profissão e dos que mais horas trabalham, revela um estudo sobre a saúde dos clínicos portugueses, da autoria do especialista em medicina do trabalho Álvaro Durão.
Estudo avalia cenário em Portugal
O estudo, divulgado pela agência Lusa, resultou de um inquérito enviado a 35.800 clínicos inscritos na Ordem dos Médicos, tendo sido validados cerca de 10% das respostas. Segundo o levantamento, um terço dos médicos portugueses tem entre 45 e 54 anos, 25% entre 55 e 64 anos, 16% têm menos de 35 anos, um número que está a crescer, 10% entre 35 e 44 anos e 5% têm mais de 65 anos.
Em entrevista à agência Lusa, Álvaro Durão explicou o facto de os médicos serem o grupo profissional com maior longevidade: “Alguns autores sugerem que é porque têm estilos de vida e comportamentos mais saudáveis. Eu ponho outra hipótese: no fim da vida ou quando estão doentes têm maior atenção na doença”, adiantou o antigo coordenador do Programa da Saúde dos Trabalhadores da Organização Mundial da Saúde (OMS). Por outro lado, aponta o especialista, como têm uma cultura de ensinar a viver e tratar os doentes, sofrem do “doctor syndrome”, pensam que estão imunes à doença e sentem-se acima de qualquer risco, mas sobretudo nos riscos sociais.
O estudo indica ainda que os médicos portugueses são dos grupos que mais trabalham. “Em média trabalham 56 horas por semana e além disso têm de estudar”, o que pode ter implicações na sua saúde, disse Álvaro Durão. Outros resultados, contudo, indicam que mais de 90% dos profissionais estão satisfeitos com a sua profissão, ao contrário da população em geral.
Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A, 01/02/11. Disponível Aqui