Solidão. Os anos passam para o andarilho que já teve longa caminhada a percorrer, e agora olha para trás e nada encontra. Ao seu lado, o vazio lhe faz companhia. Abre a boca e dela nada sai, nenhum som se forma. Não tem ninguém para aparar o pré-som.
Muitas pessoas de idade se sentem solitárias nos seus afazeres do cotidiano, nas atividades corriqueiras que durante muito tempo protagonizaram, mas agora, dada a passagem inexorável do tempo, não demonstram capacidade de realizar as mesmas tarefas, necessitando da ajuda dos familiares, que por vezes deixam de lado seus desejos para satisfazer os de outrem. Como lidar com essa situação de modo saudável está elucidado no livro de Claudine Badey-Rodriguez (psicóloga e especialista em tratar de famílias confrontadas com o envelhecimento) e Rietje Vonk (jornalista): Idade e mudança de humor – Ajudar os pais sem nos desgastar, lançamento da PAULUS.
Os autores assinalam que o medo de ver os pais envelhecerem faz com que os filhos tenham dificuldades para aceitar esse momento, o que dificulta ainda mais o relacionamento entre eles: “Nossa sociedade nos dá uma imagem aterrorizante da velhice – associada a um naufrágio, e não há uma certa sabedoria, como nas sociedades tradicionais”.
A obra trata de uma situação hoje comum em muitas famílias, a vinda dos pais para a casa dos filhos. O que a princípio seria uma solução, torna-se uma dor de cabeça, pois essa convivência pode trazer muitas consequencias. As autoras relatam que “Talvez seu estado de saúde tenha piorado, ou seu humor tenha azedado desde que ele passou a viver com você. Não é vergonhoso sentir agressividade, mas isso deve servir de sinal de alerta”.
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